PORTO, Arthur. Escola brasileira: (ideias e processos de ensino). Pará: Clássica, 1923. 312 p.
38 ·:111111n1111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111: ~'-;i O ENSINO EDUCATIVO NO PARÁ ª'~ -r= = :,,11111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111.11111111111111: dos nortistas,-·"ou"m tthbalho que reputamos êi:éelle.nte con– tribuição para a nossa chorographia; (1) que o diga o ex– celso mestre Ruy Barbosa. Aquelle illustre engenheiro, não deixando de criticar com justiça o atraso e a rotina verifi– cados na grande zona percorrida, nem por isso condemna o nortista por incapacidade. Ao contrario, escreveu: <(Ü nor– te offerece problemas importantes, taes como a "secca", vias de communicação e transporte que dependem dos cofres do Thezouro Nacional, culturas de algodão, mandioca, indus– tria pastoril, fibras e aproveitamento das sementes oleagi– nosas, que representam maior fortuna que o café em S. Paulo». (E affirma que, se o governo protegesse taes indus– trias, dellas tiraria recursos bastantes para o desenvolvi– mento da região). E mais: << Se o governo reservar metade do dinheiro destinado á imigração em proveito dos nossos sertanejos, com alguns annos de acção continua, terá fixado o trabalhador agrícola, melhorando as suas condições de vi– da, tornando-o um factor do progr·esso nacional )) , E ainda mais: « Por ·que gastar dinheiro com trabalhadores extran– geiros quando os temos aqui bons e fortes, simples, discipli– naveis e que só não prestam serviços porque jazem no mais completo abandono ? Ruy Barbosa, num dos seus sensacionaes discursos, ex– ordía citando a satírica e engenhosa creação de Monteiro Lobato, ·para affirmar ser essa uma falsa visão qe nossa na– cionalidade mantida pelos manda-chuvas que a exploram. Elle zurze-os com o eloquente latego. Num outro, refere-s.e ao povo brasileiro, como ·segue: « Que é' desse povo mal en– sinado nas suas obrigações, malentendido nos seus interesses, malcorrente nos seus negocios, malgovernado nos seus actos? Que .é desse povo rasteiro, decadente, irresgatavel do seu fadario ? Que é desse povo com quem não vale á pena de falar, a quem de nada serve pregar, de quem não se póde esperar cousa nenhuma?... Que é desse povo? Será isso, realmente, o povo bra– sileiro? Mas o que eu vejo, pelo contrario, é que toda vez que lhe falam elle responde». (2) Ninguem como José Veríssimo, em brilhante estudo so– ciologico sobre o Brasil---Imperio, (3 ) escreveu com mais li– berdade e competencia e, até com certo azedume, acerca do (1 ) «C inco a nn os no Norte do Brasi l. No tas á margem do Rela– torio do Dr. Arthu r Neiva» . Na Revista do Brasil. (2) Da Conferencia Polí tica realizada em J uiz de Fóra, a 2 de Março de 1919. . (3) V. ." A Educação Nacional" ... ,. •
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