PORTO, Arthur. Escola brasileira: (ideias e processos de ensino). Pará: Clássica, 1923. 312 p.

:111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111: 32 ~ª A PAIXÃO E A F.INALIOAOf DO ENSINO ~,!_ . _.-r: =--' · :,111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111~111111111111111111111111111.! dizer mal das nossas instituições, porque desanimam os bra– sileiros de bôa vontade e desmoralizam o paiz perante o ex– trangeiro, em vez de concorrerem para que a crise do en– sino, que ora visamos, seja remediada. Os ultimos projectos de reforma elaborados no seio do Cqngresso Federal são bem capazes de, uma vez transformados em lei, produzir os melhores effeitos. O Brasil não deve ·ficar tão distanciado ~ das Republicas do Uruguay, Argentina e Chile, como se acha, em materia de instrucção. Portanto, reclamemos todos que se faça, quanto antes, .a · reorganização do ensino publi- ~ co com o mesmo fito ou finalidade de que depende a nossa prosperidade, senão a nossa propria existencia nacional. Pre- cisamos, antes de tudo, combater o analphabetisnio por meio da multiplicação de escolas primarias modelares, custeadas pelos tres poderes políticos, federal, estadual e municipal, alêm--àas que devem ser criadas e mantidas, por iniciativa particular e por obrigação imposta aos grandes industriaes e senhores de terras do interior do paiz, como no Chile. Sa- hindo dessas escolas, os filhos do povo devem encontrar as complementares e bem assim as profissionaes, de artes e of- ficios, onde hão de acabar de se preparar para uma vida util á Patria. E todas ficarão repletas de alumnos. Já não soffre mais duvidas a necessidade da interven" ção do governo federal na propagação geral desse ensino que, certamente, ficará submettido a uma unidade de vistas e de acção, sob a preoccupação de fazer de cada escola um elemento da riqueza publica e da preponderancia nacional, nas lettras e na concorrencia com os outros povos civilizados. - Taes escolas terão unidade logica co01 os atheneus e gym• nasios, na mesma corrente de gradação pela qual a élite da mocidade brasileira venha a penetrar facilmente nas Uni 0 versidades ou nas Academias regionaes. Diz-nos José Augusto que a Republica Argentina aca- l ba de 0rganizar o seu ensino de modo a abranger toda a \ vida escolar, desde o jardim da infancia até a Universida- de, dando, porém, maior desenvolvimento possível á primei- ra instrucção popular. Porque não seguir o exemplo, por mei·o < da _chamada política educativa, imbuída do espírito econo- mico e cívico? Mas, para tanto, precisamos, antes de tudo, revigorar nossa nrça, legislando sobre a cultura physica, de mo-do que, em cada escola e em e.ada bairro, haja lugar para recreios, exercícios e d~sportos, racion/;les. e _bern fis- calizados, dos quaes a mocidade possa tirar o melhor p_ro- yeito para resistir ás lutas do espírito como ás da vida ma- terial, formando a niens sana in corpore sano, com a bra- vura elos bons escoteiros.

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