PORTO, Arthur. Escola brasileira: (ideias e processos de ensino). Pará: Clássica, 1923. 312 p.
· :1111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111lj11111~111111111u·: (;)98 ~= · =~ ,,., - -,,: 5 1MPR ·ENSA ESCO L AR 5~ -;I, !111111i11i1111i111111111111111111111111111111111111111111111111111111111i11111111111111111111111! singelo e puro· como as aguas dos nossos regatos virgens ! -Pery, o ·heróe de indígenas peripecias -e· commoventes aventuras, possue qualidades notaveis: gratidão,. obediencia, devotámento, coragem e perspicacia. Todos vós sabeis o dra– ma commovente, passado nas selvas, que é o romance do ((Guarany», tujo interesse ainda se revela -na opera musical do nosso immortal Carlcis Gomes, revivendo todo esse ro- ·mance heroico e poetico. José de AlencaP foi buscar á nossa historia colonial um dos episodios mais bellos, tirados das lutas entre os bons co– lonizadores e os Aymorés, os ferozes Aymorés da capita– nia do Espirito Santo. De facto, D. Antonio Mariz e sua es– posa representam um typo veneravel de . velhas virtudes e de uma coragem indomavel. D. Alvaro é a bravura perso– nificada no •portuguez daquelles tempos; Cecília, a filha do chefe portuguez, a moça romantica e religiosa, que se deixa amar por um indio Guarany que, inspirado de paixão pela senhora · branca, · arrisca, mais · de uma vez, a sua vida por ella. Ayres Gomes, o homem de confiança, emborá um pou– co ridículo nas suas bravatas, é um bom auxiliar de D. An– tonio Mariz. Em sentido contrario, o elemento hespanhol é repre– sentado num .troço de aventureiros chefiados por um mau caracter, Loredano, ambicioso e trahidor, que só não leva a cabo a sua negregada empresa de dominar os portuguezes e apoderar-se de Cecilia,- por causa do vigilante e bravo . Pery e, sobretudo, do assalto dos Aymorés. E' uma luta bem dramatizada aquella do. ataque da cas~ de D. Anto– nio Mariz, no meio da qual se distingue a bravura e sa– crificio de Pery em tomar .veneno para entregar-se aos ini– migos, matando-se depois, quando comessem a carne do pri– sioneiro; e o perdão concedido aos bandoleiros, no momento em qué D. Antonio resolvêrà fazer voar a casa p·elos ares, para não cahirem vivos os seus defensores, em poder dos selvagens raivosos e ávidos de vingança. Este r'omance commove a nossa alma, porque nelle são descriptas as ' paixões humanas tão bem que, ao lei-o, jamais esqm~ceremos a scena·· do attentado de Loredano; penetran– do no quarto da moça adormecida, ·mas logo punid'o por· Pery, lançando-lhe um seta que o attingiu -na: mão ousada. Principalmente a ultima scena ou desfecho do drama é uma -das c'reaç0es mais bellas que um poeta poderia imaginar : Pery salva a sua senhora, fugindo ·para as selvas e desta ·pa.ra ·um barquinho. Alli os ·dois, unidos, falam de~cOisas de relig ião, iespera:ndo ficar sen1pre unidos àté- na immortalida– de; e C~cilia, num rasgo de magnanimidade . ou , talvez de -..)
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0