PORTO, Arthur. Escola brasileira: (ideias e processos de ensino). Pará: Clássica, 1923. 312 p.
e ' :11111111111111111111111i111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111: 290 ~;~ 1 M PRENS A E SCOLA R t~ 51111IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIUIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIHIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII= A sciencia, sem a esthetica, seria desagradavel, da mes-_ ma maneira que esta sem aquella. Logo, teriamos a conclu– são logica de que a litteratura se relaciona com a sciencia, da mesma maneira por que esta vive com aquella. Vejamos mais detaihadarpe1Jte :_. . _ . . Litteratura é o conjunto das producções verbaes do es– pírito humano e isto dizemos em seu sentido -amplo e geral. Mas, se apreciarmol-a sob o ponto de vista restricto, veremos que a litteratura é a sciencia das bellas idéas. Ora, senho– res, se não nos foi possível· prescindir da palavra sciencia nessa definição, como poderemos desprezai-a em todas as outras manifestações litterarias ? A psychologia tambem tem o mais proximo parentesco com a litteratura. De facto, não podemos estuàar as manifestações subjectivas do nosso eu, sem objectival-as por meio de palavras e estas, para pode– rem produzir effeito, necessitam de um certo buril. Sabemos que de duas especies são os factos psychologicos e em cada uma destas formas é sempre a palavra burilada que os ma– nifesta. A historia necessitá, igualmente, da litteratura e, da mes– ma maneira que a· precedente, ambas se completam. Era mi– nha vontade dizer ou falar de todas as relações que a lit– teratur a mantem com cada uma das· sciencias, para assim vos mostrar que a aridez de A mais B relacionava-se directamente com ella, que a medida das figuras não podia abrir mão della, que a anatomia, a physiologia, a physica, a chimica, e historia natural, a pathologia, bromathologia e, emfim, todas as sciencias têm a sua litteratura. E de que natureza seriam estas relações, senhores ? Seriam, por ventura, um complemento da litteratura, uma necessidade das sciencias ? Eu vol-o affirmo, de accôrdo com os mais competentes auctores, que as sciencias não podem subsistir sem o achego intimo e fecundante da litteratura. Esta é o estudo das producções do espírito e o complemento dos nossos conhecimentos. Alem disto, quando estudamos a historia da civilização dos povos, vemos em sua litterafo.ra a synthese de sua-sciencia e arte, de suas idéas, sentimen– tos, de suas aptidões, de seu genio. Portanto, toda a scien– cia tem a sua litteratura media e todo o producto littera– rio, ainda mesmo o mais commum, como uma novella ou ro– mance, deve encerrar conhecimentos scientificos, como os da psychologia humana. Othon Mendes; (do Curso Gyrnnasial).
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