PORTO, Arthur. Escola brasileira: (ideias e processos de ensino). Pará: Clássica, 1923. 312 p.
♦ • ... :111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111: ~'i A PAIXÃO . E A FINALIDAOE DO ENSINO ~~--~ i1111t1u1111111111;,,111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111S ciosa. E toda a gen·te sabe qu~ esse ~elaxamento, a que se refere, nem ao menos constitue uma novidade, porque já existia no antigo regimen monarchico, chegando ao cumulei escandaloso de celebrizar tristemente os exames de prepa– ratorios feitos em certas provincias. Ninguem melhor do que Ruy Barbosa, por exemplo, fulminou taes absurdos, escrevendo, sem improviso, mas com pleno conhecimento de problema tão difficil. que a- instrucção àc-ademica está infinitamente longe do nivel scientifico .desta ida:de e que a instrucção secundaria offerece ao ensino su· perior ·uma mocidade cada vez ' menos preparada para o re– ceber; · que ha mestres excellentes e professores notaveis, ~as as· Faculdades produzem fructos cada vez mais pêcos e a instrucção secundaria apresenta aspecto sempre mais miseravel; que tomamos o cereoro do adolescente, « esse terreno ávido do amanho nacional, como se fosse um tóro de madeira entregue a:o fasqueaclor; enxequetamos-lhes á serra, · á martello, á enxó e â colla, meia <luzia de escaques envernizados com o nome de preparatorios e os entregamos ás Academias para .que convertam em doutores esse pau lavrado; qµe o ensino secundaria se converteu em U:ma gran· de feira e os exames de preparatorios na mais impudente âas industrias que nos corrompem». Eis o vicio capital que devia ser visado e combatido, esse regimen do proprio des· envolvimento intellectual que se procura conseguir e com · pletar pelos estudos de humanidades. O grande mestre já escrevia antes da Republica, de- 1mnciando erros e abusos inclusive a industria dos exames de preparatorios, propondo essa verificação geral de madu· reza que Benjamin Constant, o insigne professor republica· no, incluiu em sua reforma inspirada, sobretudo no systema allemão, onde não predemina a preoccupação exclusiva do exame. « Exame e ensino, continua elle, são duas funcções associadas e a primeira não é senão méra operação acces· soria da segunda; preparando-as, no nosso regimen tão sa· biamente imitado ao de França, inverte-se-lhes a importàn· tia e o papel. A verdadeira instrucção consiste, não em es· tudos desagregados, mas no desenvolvimento h:::!,rmonico do entendimento, mediante a acção convergente de disciplinas convenientes, aprendidas na sua g-radação logica.- e na sua collaboração natural. Os ~studos são apenas instrumentos .ou elementos de fecundação». E o peor é que a reforma republicana, que tão bem soube reagir, a principio, contra os defeitos do velho sys· tema originado da Universidade de Coimbra, vem padecen· do o mal da instabilidade, tanto que hoje o plano· da seria·
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0