PORTO, Arthur. Escola brasileira: (ideias e processos de ensino). Pará: Clássica, 1923. 312 p.

28 :1111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111u.111111111111111111111111111111: ~)~ A PAIXÃO E A FINAUDADE DO 'ENSINO t<- i.11111111,,,,,1111,,,,,11,,,,1,11,,,,,,,11,,,1111,,1,1111,,11,111111,,,,,,,11111111111111,,,,,,,: . . . . . quaes assentam as faculda.des de observar, criticàr, experi~ inentar e, portanto, de aprénder por si. · A conclusão resultante daquella critica seria, antes de tudo, a providencia de reeducar os paes de familia, mas, como à tarefa é inexequível, só nos cumpre preparar as novas gera– ções por .processos mais hab~is e momentosos, assecurato· rios da victoria sobre os velhos costumes e idéas falsas. Seria preciso, algumas vezes, procurar influir, ·como fazemos, no espir:ito dos discípulos, de 'modo que -,passam defender a sua escola contra os preconceitos ou prejuízos de suas fa. milias, a bem da educação racional e integral. Quaes sejam, porém, esses processos? Nem Sylvio Ro· ·mero · nem butros demolidores menos competentes os têm ~suggerido com possibilidades .de exito immediato. . · Expondo, na imprensa do Rio, os nossos males actuaes, ' ôtiti;ó"s críticos como Belizario Penna, chegam ao exagero ;ae affirmar que, desde a adolescencia, os moços de hoje, impe– ·lidos pelos progenitores, só têm :a aspiração do emprego pu– blico e do dinheiro mal adquirido, por ·meio da cavação e do pistolão e, .atacando mais fundo: ,, Que futuro estará re· servado a um povo doente e analphabeto, cuja mocidade se chafurda na ignor.ancia e na pratica de costumes disso! ven · ·tes? Qual o destino de .uma nação onde a familia se desman· tela, a ·mulher se degrada, os homens perdem a consciencia · e a mocidade se avilta na .bajulação? )) . Tambem este esforçado patriota não promette a cura '' da crise denunciada. Ainda ha pouco, uma joven bacharela do nosso meio ' apenas sabida da sua Academia, arriscou algumas considera– . ção sobre a instrucçao rzo Brasil, responsabilizando · pedago· .gos e collegios particulares, que considera improvisados, sem · distincção, e citando, .de preferencia, os vi cios do ensino secun· ' dario, nos estudos e exames respectivos, de modo que for· ·_ma-se, no seu entender, uma múltidão ·de pobres approva– ( dos por misericordia; que irão figurar mais tarde nas diver– '- sas posições sociaes ou um bando con/úso de individuos · émbaraçados a decifrarem o que está escripto nos diplo- mas. Ora, semelhante critica é que está improvisada, não · attingiu a substancia do objecto e condições do ensino, ver· · sando sobre éxterioridades, aliás já muito analysadas por es· i piritos insuspeitos e melhor informados. . A bacharela ainda ·não percebeú ' que a crise do ensi~ ' no, no ponto criticado, não provém da cábula do estudante · ou da incompetencia do professor, mas visceralmente do 1 proprio systema antiquado de instrucção secundaria que, na i melhor hypothese, só admitte professor es :de memorização vi· •

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