PORTO, Arthur. Escola brasileira: (ideias e processos de ensino). Pará: Clássica, 1923. 312 p.
,I lr :1111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111,uq ~= =~ 7,'i IMPRENSA E·SCOLAR 5~ 511111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111u11111111111111i · 257 O ensino· da 'fiistoria do Brasil Na elasse infantil · . Nossa histotia patria carece de ser ensinada com mui– to criterio, nos primeiros annos .da Escola Primaria, porque desse primeiro passo provém a comprehensão . verdadeira· que se deverá fazer .dessa disciplina, cujo estudo deve ser o mais -attrahente e interessante possível,.tendo em vista a ida– de e os conhecimentos das crianças das primeiras classes. f - Serão palestras variadas e feitas em linguagem fami· liar para melhor attenção e interesse pelo assumpto, não. excedendo, nos primeiros dias, de um quarto .de hora, para • não fatiga-las. · . . , 1 . Não devemos tão pouco acostuma-las a decorar lições t m compendios ou pontos, pois isso prejudi.caria todo o va– lor educativo do ensino em que se requer assimilação para o bom julgamento dos factos, tendo ainda a desvantagem.de (azer esquecer as lições passadas~. . . · . . As -primeiras noções de Historia devem-se harmonizar com a Ge_og~aphia Patria e a lhstrucção Civica, ministradas sempre intuitivamente. Por essa methodologia, éomeçarem0s falando aos alumnos em face de estampas de monumentos que relembrem os factos mais importantes da nossa histo· r:ia, _e.orno propoz o nosso prezado Director em · sua ultima conferen~ia publica, aliás muito applaudida, ou á · yista âe. fjtas cinem_atographicas pelas quaes seriam apresentadas em tal relêvo que se gravariam c_om muita facilidade ná consci– encia d~ nossos alumnos; esses jamais esqueceriam os gran– qes vultos que devemos honrar e venerar, ,<;em vexames para o seu cer~bro. . , _ _ . _ Devemos facultar-lhes, igualmente, a liberdade em nos interrogarem ~empre sobre qualquer duvida que tenham ou lhes aguce a curiosidade, comtanto que tudo se faça dentro do~t límites âo'' ãssumpfo e dá disciplina escolar. Antes de narrar os factos , devemos explica-los por seus 1:lntecedentes, indicando os Jogares onde se passaram e con– tando a vida das personagens principaes que devem ser apre– sentadas como representantes de idéas e acções duma so– ciedade e nunca como seres milagrosos ou magicos. A maio– ria das crianças do meu tempõ decoravam as lições, tor– nando-se incapazes de discutir o assumpto e julgar as per– sonagens ou responder á perguntas. Hoje o ensino é outro. Deste modo, pode-se ir, gradativamente, adensando os conhecimentos num circulo, que se alargará de mais em mais,
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