PORTO, Arthur. Escola brasileira: (ideias e processos de ensino). Pará: Clássica, 1923. 312 p.
I . - ::111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111: ➔~ 1· MPREN S A E s' COL A R i<~ 239 •:Íníi111111111i11111111111111111111111n11111n1í11111111l111111111~11~1l111111111111'Í11111111ia:' ,. , Form·ar· Úma hibÜotheca adequáda pará a~infanéia é- da maxima utilidade, mas não é trabalho facil de conseguir para' que essas leituras produzam os fructos que devem dar, como o aperfeiçoamento mdral, correcção de linguagem e elabora-; ção de idéàs; pois, , ao contrarío, ao envez :de ires · colher fructos carnudos, sazonados · e saborosos; terás ás ·mãos ·ca– chos seccos e mirrados, apodrecidos e roidos por .insectos damninhos. · · ·1 , Léa foi minhà alunina e commigo começou a apreciar os primeiros livrinhos de contos. e historias -e considero-me. sua segunda mãe; , formei-lhe o- espiritó, · conheço-a perfeita~-' mente (talvez mais do que tu propria) e sei quanto ama - a leitura e é ávida por um livro.. · · - · .Nãô deixes, ' por isso, ler ' certa~ revistas, que sempre' lhes ficam ás mãos; ha nellas, ás vezes, contos:fortes demais' e improprios para uma ;.criança. Quanfü ,aos livros de que· me falas-Contos · e historias da-·Carochinha, · Cysnes selva– gens, -As' tres cabecinhas d~ 'ouro,' A Rosa mal[ica, ~O vello– cino de ouro, O isqueiro encantado; são propnos para a in-. fancia, por serem esci-iptos em linguagem simples e accessi– yel ás suas intelligencias; •qias não vme agradam, ·por serem phantastkos e nelle figurarem bruxas, . fadas; gigantes, feiti– ceiras e encantamentos, e bem ·deves saber que esses enrê– dos, impossíveis de realização,.,conduzirãá a sua àlma ao . so~ brenatura:l, impellindo.sa ' á timidez ·e" ao medo. · E 'ella que já •é tão medrosa! Lembro-me muito ' da cara ·espantada que fazia quando ouvia o canto da coruja, do ·cha– mado rasga mortalha, o miar· dum ·gato, á noite, · e ·quá:nao v'ia borboletas tíegras 1 sápos, bezouros, ek Para que ·deixe de vez , esses receios tolos e sem razão" de ser, pâ-ra -· que àme todos os ranimaes, · embora alguns 'feios, no ·, reino dos irracionaes,' como algumas pessoas o· são entre raéionaes, ainda , que uns .tenham ·o canto ,:exquisito, medonho e triste; para que fique, emfim, amiga' de todos, ·enviq-lhe ·un_s hon'itos livrinhos intitulados Os nossós amigos e .Os animaes nossos amigos. · . · ·-Ao 'lêl-os, t ir:sé-á a · rnjíihil amigà, ao saber que~ em– quanto a ·m'.éniJ?~ 1.~~ ~nyólvia•se,. a~edrQntada 1 · !1º _lenç?l de sua ,cama, -ou:vmdo: a po1te -uns pios cortarem os ares, cren– do ·ser. um ~aviáo de mau:-•âgouro,·a·· c'orúja cantava, a 'miu– de e satisfeita, com a figura e -voz que 'lhe foram daaas por Deus; , . . .' . ... .. · ... . . . . · P<:>derãs, entretanto,. deixai-a :g~zar alguns confos,: da-· quelles livros)-más depois de·- prê.vio aviso teu :sobre a impos- . sibilidade de taes casos. Penso ·até , qúe 0 fâr-ás·,-muito ·bem~
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0