PORTO, Arthur. Escola brasileira: (ideias e processos de ensino). Pará: Clássica, 1923. 312 p.

:111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111,u: 238 -'-1 1 MPRENSA ES COL AR '• ' 5'--' ~= , , , " ' i'~ 511111IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIINlllllllll!IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIHlai Corresponderieia intima Cara · Hilma.' ,·· ' 1 ·-- . Sempre , fôste muito patriota e amigà de tua terra, amor que te levava, ás vezes, até . ao · bairris.mo ; comtudo", estrem~:ci quando 'me aímunciaste tu'a partida para terras tão distante·s do nosso_atnado Brasil, logares onde os costumes, lingua e riquezas, tão ' d~fferentes do nosso, levarão idéas no– vas, apoz pou·co .tempq, n.ão á, minha bôa Hilma ·que está com - o. espirito fotmfl,dó e ' o ;coração prevenido contra o es– trangeirismo·, porem á tua qlha, cuja educação me interessa, pois .os priin~iros passos· no rei!lº~ .da~_' lettras, foraín ensaia~ dos sob a nnnµa · protecção e v1g1lanc1a. , . _ 11 , • • ' , , ' , • Preoccupa-me bastante, por is~o. a tua· esti:i,dí~ ahi nes– sas terras e, _corpo · 9 fiz~ste para ~Cpfilpanhar teu marido; conservando com essa obediencia a tranquillidade do teu lar, · ·não te :reprehenrlo, ao col}tr:atjo, _louvo-te até, recommen– danc}o, entretanto, mµita , vigilançia sobre a tqa _filha Léa, para que essa ~lm!l,,- ~sse .espirjto desenvolvido tão longe da p~~ria não a e!;iqueça, e sempre ª recorde nl,lm ,pensamento de saudade, numa phral'ie de amôr, num canto de civismo, Que ahi, nesse clima frigido, nas manhãs nevadas, nos dias nevoentos, desabroche e medre uma flor dos tropicos, forte de seiva, brilhante de colorido, rica de perfume; e que, quando á tarde, apoz a labuta diaria, as crianças se reuni– rem para brincar e cantar, sobresaia, dentre a lingua forte e deselegante das inglezinhas, uma voz sonora e bella, re– latando historias ingenuas e interessantes, numa língua sua– ve e -cantante, numa linguagem correcta · e perfeita; que se destaque, ao cantarem hymnos á Patria, a voz debil de Léa, entoando .com convicção, ardor e enthusiasmo, nossos can– tos patrioticos,- o nosso-«Ouviram do Ypiranga ás margens placidasn ! · Poderás conseguil-o facilmente, se te resol~eres a tra– balhar .e velar sobre Léa, para que o desconhecimento não a leve á indifferença pela nossa terra, como velarias o seu corpo, para que a Morte não a conduzisse para a Eternidade. E' este o teu dever de mãe, é aquelle o .teu devet de brasi– leira. Cumpre-te, pois, para isso, formar uma bibliotheca apro– priada á edade e conhecimentos que ella possue e, visto as condições em que se encontra, esse. serviço demanda mais dedicação, estudo e perspicacia. l 1

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