PORTO, Arthur. Escola brasileira: (ideias e processos de ensino). Pará: Clássica, 1923. 312 p.

1 :111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111: 224 ~~ J M P R EN.S A E SC () ~ A R . . t<• .511111ui111111111111111111111111u111111111111{1111111_11111,_1111111111111111~••••11111111111111111S se não domino, se não me aposso inteiramente, procuro ao menos deter-me o mais possível, ainda que por mera cortezia. Vês?, HUantos. 1~, ao longe, .me aguardam, rect;iosos de se appr.oximarem, porque estás aqui, · porque querem evitar as tuas exhortações, os que já te conhecem e os que te·não conhecem ·ainda, porque supõem-te exigente e orgulhesa:-Eu propria, confesso, não me sinto bem, junto de ti. Não posso prodigalizar-te máis attenções. Tenho de sêgüir. -Como sa– bes, possuo muitos ·nomes. Segundo as conveniencias~âe oc– casião, uso um ou outro. Tu me chamas Dóença, minha ir– reconciliavel e douta Hygiene. E como ·tu ·dizes com desdem 'O meu nome, o meu verdadeirp nome! -Ouve-me ainda. Tantos me procuram com anciedade, •porque djzem-me romantica, pallida, quasi mystica; Refres– cam no gelo a fadiga louca de buscar-me, se . acaso retar– ·dam -em encontrar-me. ..Erguem-se da estafa em:. que se en– golfaram, para solverem o meu halito, para aspirarem O' meu ·perfume, e .não satisfeitos .de me buscarem ~ociosamente qu– -rante o dia, noctívagos apaixonados seguem-me à noite .toda, até que · lhes possa retribuir, num abraço de aniquillamento, a sua grande affeição. r Vês aquelle mundo de. criancinhas opiladas, lá ao lon– ge? São· do meu sequito predilecto. Emquanto descuidosas se entregam aos seus ;innocentes folguedos, pisam descalças e colhem com -as m_ãosinhas essas myriades de larvas.para– sitas, <com que tive o cuidado de alcatifar-lhes os caminhos·. Sabes_que ié isso ? São os petalos das minhas flores, sã9 os ancylostomos pequeninos que constituem as minhas mais opulentas culturas. Bem sabes ·que não me dá isso tanto tra– balho; cultivo-as á • custa do nutrimento, do .sangue · dos in– cautos. Que. mal me poderá advir ?: Alguns de menos para cortejarem-me a passagem ? Não importa. São tantos.os me~s affoiçoados !: . . Tambem são .mais alguns anjos no Ceu. Vês que não par.ece tão odiosa a minha missão. Eu povôo. o ceu de l\lnjos que roubo á Terra. As criancinhas, que immolo em holocausto ao deus do mal, quasi sempre: me .são entregues -pelo descuido dos proprios paes. · ..., . . . . - S~ chegas a um povoado e,_om o nome pomposo 'Cle V ac- cina, ·todos te, fogem ao ~ontacto, porque ..se: arre~eiam de .que lhes faças máh , por:que .te . apresentas armada . de um estylete para ferir. .Saes desola_çla. Eu ·chego logo após . e -distribuo larg~menté, a pust_ula de varj_ola, ,de qµe ,ando lar~ gamente provida, Poucos, resistem á minha :_passagem. E ' o mesmo. Sou prodig~ n.a distribuição dos premios _qu.~ conr e– do aos queq1ãp te .querem _dar, ouvidos, para .me ~eguir. O µieu premio maior é. a mi11ha . prop:ria filha, ~ ..a; M9rte. Ohl

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