PORTO, Arthur. Escola brasileira: (ideias e processos de ensino). Pará: Clássica, 1923. 312 p.
194 :11111111111111111n11111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111: ,~~ SUGGEST Õ ES MORAES ·' · ~L. ' ,f, r-'r = ·=\"\ -;,I' 5111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111: longando,se desde a infancia até á adólescencia, é · que a cousa se torna mais séria e vergonhosa. Basta ver o retrato do preguiçoso, nas suas attitudes miseraveis. E' um verda– deiro doente, sem coragem nem para cortar as unhas ou ti– rar os bichos dos pés. O cabra fica_ amarellg, magro, pellu– do, desleixado e sujo, e a intelligencia degenera até á imbe- cilidade. · Conhecem~s muitos exemplares des~e artigo ti;io depre– dado rios meios escolares e süciaes; o' preguiçoso torna-se culpado reincidente e ,não ha castigo que ,lhe.levante os brios;, cae nas gaz etas da vagabundagem .e acaba sell)pre por ser expulso, o malandro. Nem ao menos dá para tocador de vio-, lão, trovador dé esquina ·ou poeta dagua dôce\ .. : _ ' 'Não vão suppôr, meus . senhores, que eti" quero lançar uma in_directa aos bohemios.. Isso não. "Eu até. confesso ·aqui, em particular, que tenho um fraco pqr es$a' ·vi'da de alta pa– tuscaçla, tão amada dos intellectuaes, cujos · encantos já têm inspirado e cel,ehrizado muite>s artistas dos sons, das cores e da palavrà, tão differentes dos 9utros tnortaes~ porque vi~ 1,ram com ,bravura especial e se transfiguram coino prophe– tas, sob a influencia dos nectares, dos amavios de certas pha– l~nas, do· espleódor das salas,· dos· manjares exquisitos Ou dos' luares langorosos e scintillàções das estrellas, ·com que con -' versam. E muitos ainda trabalham, proveitosamente, durante b dia, como por exemplo, ·o _nosso amigo Jacques Rolla,· aquelle· poeta que teve ·a habilidade ·de descobrir o segredo do pae da Fatiam Miris ... Pena · é que só andem com gente de juízo, não adrilittindo crianças... · · · '· : ' · ' No entanto, voltandô ao assumpto,. poss6 '·e venho ~s-: segur;ar , que o mal nã<? _é incuravel ço_m? l?arece t; para isto, vou contar-vos o segumte casp de clinica escülª-r : * * * Havia certo menino que, por muito mimado, não deu ·: para nada; sahiu da escola e cresceu numa ·vasta ticiosidade. Era. indolente á bessa e preguiçoso p'ra elle... Pobre e sem amigos (excepto este seu criado que sempre sympathizou com o typo) o que viria a ser esse burro preguiçoso? Andava aos boléos, corrido de pancada e descomposturas . Despreza– do,. escorraçado; aprisionado por vagabundo,. cada V'ez mais afundava na lama da sua propria abjecção. Um .dia, cheguei-me a elle, compadecido, e tentei um meio de reacção, desses que dão a nota cá entre nós. .
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