PORTO, Arthur. Escola brasileira: (ideias e processos de ensino). Pará: Clássica, 1923. 312 p.

::11111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111••11111111111111111111111: 7;l SUGGESTÕES MORA'Ei ~* 189' i11iHHIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIINIIIIIIIIIIIIIUllll,1l·,1= já ha prohibição ·de se penetrar nas sala~, nos intervallos das aulas, de se conversar com os collegas · e até com· as professoras.. . Estou ·vendo a· hora em que -nem poderemos olhar uns para os outros-:.. E' o cumúlo !· Já não bastava· que nos tirassem o tempo de fazer a nossa toilette, que nos prohibissem de•fazer a barba ( passa a mão .pelos queixos.) de deixar crescer e polir as unhas ... Preferiam; talv·ez, que' as roessemos, como fazem alguns viciados. Entretanto, não se· olha para c~rtos collegas e até algumas professoras que andam ~oradas e empoadas demais e usam -' em serviço · toi- · leites chies e · ta,mbem tendo seus syrnpathicos lá por fóra! Guilherme-Tudo isto não é nada! Para mim, o mais. cabulos0 é a obrigação •de fazer gymnastica, todos os dias, como -se aquelles movimentos ·de bonecos podessem servir para alguma cousa, (Sopra com fôrça) Irra ! que rnassada ! Não cuidassemos nós mli:snios de nos ajudar (bate nos mus-' culos dos braços e das pernas) e haviamos de crear esses muques; (mudando de tom) Sabes? Eu escondi um par de al– teres, dos mais pesados, e toda a madrugada é zaz-traz, zaz– traz ! (faz o movimento proprio). O foot-ball que nos dão alli (apontando) é só proprio de crianças. Isto ·até desmoraliza o Jogo ... Antenor-,-E o tal canto coral? Precisamos fazer uma greve contra elle, que de nada nos serve, ( bate o pé) pois não somos crianças para ·andar berrando os nossos hymnos e_, nos festivaes, fazermos o côro com meninas. E o tal de- , senho? Querem fazer .de .nós pinta-monos para fornecer ca– retas ás exposições annuaes ! ... Ora, eu já disse que não me sujeito a isto! ·Já não sou mais criança! Qualquer dia saia deste cóllegjo, para ir para um Curso de-Prêparatorios... Guilherme-Ah! Esta tambem é a minha idéa. Só a liber- · dade que se goza nelles ! ·Que bôa camaradagem, que bons passeios, que bôa pandega, quando o lente não comparece! Basta dizer que não ha sessão de . estudo nem impedimento · de passeio e sahida. Se não ha aula, vae-se passear, se não · se quizer ficar á janella grelando ás vizinhas ' amaveis, Alem' disso, podemos fumar o nosso cigarrinha cheiroso, sem re– ceio de t~eprehensão; porque os professores tambem pitam ·· comnôsco, é· usar de -outras liberdades . .. O peor é que os. velhos não me querem retirar do internato, deste maçante internato, donde não sahímos aos sabba1c:los e domingos, porque, a cada passo, ouvimos: -Está privado por isto, está privado por aquillo! E' priv,ação por qualquer cousa ... Antenor-E' isto mesmo. E não temos tempo para nos coçar, desde ás cinco horas da manhã até ás nove da noite. · E ainda ha um raio <:le Gremio Cívico Litterario p'ara nos

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