PORTO, Arthur. Escola brasileira: (ideias e processos de ensino). Pará: Clássica, 1923. 312 p.
:1111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111,,: ~'.! SU GGEST Õ ES MORAE.S !;4_ 18~ ~= :,-. !111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111:E Lucy-Ora, titia, nossos sapatos sahiram·.ha pouco da Alfandega; são á Luiz XV 1 · · D. Engracia-Qual Luiz XV, qual história ! E esses ca– bellos arrepiados são por ventura a Maria Antonietta? (abrin~ do a cesta). Tomem lá um pente e vão pentear-se, porque só parece qu,e se levµntaram agora da cama. (com intenção) Ai ! meu_tempo! meu tempo 1 · . . · Daisy--Ora ! a titia sempre com estes sermões ! As ou: tras andam ·peor do que nós e não se diz nada. Eu bem sei : isto é truc de todas as velhas, que rezam pela mesmâ car– tilha; dizem que as .modas do seu tempo, sim, · é qu~ · eram modas Mas é só para · nos passarem um blutf. .. . Eu não vou .nisso! Todas eram umas santinhas; mas, n·a realidade; qua~tas não eram sapuquinhas? Por seu g0sto, titia, deveri– amos, andar de rosario em punho, embiocadas como freiras, visitando egrejas, não ? . . . D. Engracia-Digam o que quizerem, mas é preciso te– rem juizo; deixarem as faceirices e as 'rodas dos moços, que talvez andem por ahi a mangai: de vocês. Olhem• lá, deste geíto vocês podem . perder um· bom casàmento... · · Ambas (rindo-se)-Casamento ! ... · l'.,ucy-Como a titia está atrazada ! Quer que usemos os processos antigos ? , Daisy-E' verdade! A titia conta tanta santidade do seu tempo, e, no entanto, soube pescar o titio ·e casar-se com elle. Não sei como foi isto, heim; Lucy? Algum milagre de· Santo Antonio. não foi, titia? , . . D. Engracia_:_Teu tio! Que Deús haja nos ceus, santo homem! · Para que vocês vêm lembrar isso? Tão bom mari– dinho, tão meigo, tão carinhoso ... (leva o lenço aos olhos).' Lucv-Olhem só como a titia ficou saudosa! ...-(fala ao o-uvido dá outra e depois volta-se 1 para D. E"ngracia)' Titia, . como _conheceu o titio? Con~e-nós como' fez suas fitinhas com e'lle. · · · · · . . . D. E.ng~ acia (transfig~rando-se) -- 1 Fitinhas ?!: :Vejarri lá' como vocês tratam. Essas cousas não se usavam no · meu t~mpoÍ. .. · ,· Daisy-Bem, titia, conte-nos sempre -como arranjou esse , par de botas, como se dizia no seu tempo. Ensine-nos como ' havemos de pescar um noivo. ' ' · , , . D. Engracia (Índulgente)-Posso contar-lhes cõm a ca– beça erguida. t Nunca fui . sirigaita, l_á isso não! Nem andet atfaz de·. lérias. Sabia, porque sempre· gostei de rezar na egreja da _Trindade, que era a mais concorrida por gente hôa, m_oç_.os e moças. . ·
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