PORTO, Arthur. Escola brasileira: (ideias e processos de ensino). Pará: Clássica, 1923. 312 p.

Su·ggestões :.moraes ;\i l meu tempo !.... COMEOIA. ~fi/I Ufí,lI A.CTO (Para as alumnas do Collegio "Proc resso Paraense"} Personag~ns: D '. Engracia, velha viuva de 60 annos; Lucy e Daisy, mo- – ças doidivanas, suas sobrinhas, de 17 e 18 annos. A acção se passa numa sala de costura, onde se acha D. Engracia, de oculos, ves– tida á antiga, sentada numa cadeira de braços, tendo· ao lado uma cestinha de trabalho, fazendo uns sapatinhos de lã e com um grande novello no regaço. SCENA I . (Ouve-se por traz dum biombo a conversa ruidosa das moças). ·· D. Engracia-Ai ! Jesus! Lá estão ellas a brigar. E le– vam nisso todo o santo dia ! ... Que barulho, meu Deus, que modos ! ... Estas minhas sobrinhas são verdadeiros diabretes de saias (benze-se). Os paes . mandaram-m'as do Rio, talvez por já não poderem aturai-as e, desde esse dia, não tive mais socego nesta casa. Não têm pinga de juízo nem fazem nada com geito: acordam ás 8 horas do dia, amarellas como ba– nana madura, mettem· se no toilette, como agora, e de lá sa– t:;m vermelhas corno camarões fritos... Os vestidos, então, são tão curtos que mais parecem saiotes de dansarinas. De mangas, nem lembrança! Parece que hoje só ha mangas nas· mangueiras... E os cabellos... e os calçados L .. (escutando) Olhem só o que estão dizendo... Virgem Maria! . . . . Lucy (dentro)-Daisy ! Dai'sy ! que achai,? Já estou bem vermelha? Daisy ( rindo ) -Ah ! ah ! ah! Estás int~res-sante !.. . Olha para o espelho. Estás com uma face mais pintada que a ou– tra. Esfrega \> lenço; não lamhewos beiços, senão sae a tinta. Tens pó de arroz até nos olhos. Deixa limpar: (pausa). Prompto. Agora sim;· estás batuta! E' verdade, · Lucy ! Que– res saber quem anda roxinho por mim ? O 'Maneco! Nem-sei;

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