PORTO, Arthur. Escola brasileira: (ideias e processos de ensino). Pará: Clássica, 1923. 312 p.

• • :Jlllllllllllllllllllllllllllillllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll: /21 A PAIXÃO E A FINALIDADE DO ENSINO ~~ '19 :,,111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111,S: tos norteam os vivos a ponto de se dizer que elles nos go– vernam; se a leitura dos « Varões illustres » de Plutarcho nos edifica e enthusiasma, mesmo quando nos convencemos de que não poderemos imitar aquelles heroes; muito ma10r influencia deve produzir-nos os grandes contemporaneos vi– vos, cujas acções e serviços os collocaram á frente de nossa ·nacionalidade como expoentes de cultura e patriotismo. Isto não quer dizer que sigamos a theoria de Carlyle para quem são ·os grandes homens que formam a Historia, devendo-se attribuir-lhes todo .o progresso dos povos. Acreditamos muito na collaboração collectiva, sem a qual os gigantes do pen– .sarnento não emergiriam da camada social para se elevarem como guias ·prestigiosos de mais duma geração. Mas, seja como for, é forçoso confessar que taes ho– ·mens, possuindo u·ma organização especial e um processo de trabalho fecundo, obtendo victorias estrondosas nas pugnas travadas em prol de nobres idéas, vão construindo uma obra de sabedoria humana em que muito aprendemos e cujo va– lor até nos envaidece, porque, sempre emocionados, vemos nelles affirmada e proclamada a superioridade de nossa raça. Assim, essas homenagens , justificam-se tanto quanto as das nossas Festas Nacionaes. O Governo do Estado, em bôa hora; instituiu a Festa_ ·do Estudo para -solennizar o começo dos trabalhos lectivos como um augurio de jornada alegre e fructuosá, e nós ti-– vemos o jubilo de, abraçando a idéa, ver como os mestres 'chegam a se identificar até com as criancinhas, falando ás . suas almas simples e -puras sobre os primeiros serviços a _prestarem á Patria, nas lutas encetadas e como toâos os ado– lescentes estão promptos a nos ouvir e comprehender, como os soldados ouvem e comprehendem os seus command11ntes nos campos de batalha. Esses moços vibram comnosco, res– 'po·ndem ao nosso appello, obedecem á nossa voz e, como despertados pelo soberbo panorama de nova aurora prima– veril, dispõem-se a partir, tal uma revoada de andorinhas venturosas, chilreando, em ·busca dos materiaes ·com que hão de formar o grande ninho da sua perfectibilidade. Nessas occasiões, mais uma vez se me afigura mysterioso o proble– ma psychologico de nossas almas: todos nos confundimos .nessa identificação de idéas e sentimentos, de direitos e de deveres; não ha mais moços nem velhos, porque todos con, vergimos para a mesma actividade, com a mesma flores– cencia espiritual, com os mesmos g,aúdio e bravura, com o mesmo empenho de esforços ingentes pelo do nosso· proprio ennobrecimento, ])esta cruzada do Bem. -

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