PORTO, Arthur. Escola brasileira: (ideias e processos de ensino). Pará: Clássica, 1923. 312 p.

' - , ·' 18 :1111,,,,,,,,..,,..,,,,,,,..,,,,..,,,,,..,,,11,,,,11,,,,,,1111,,,,,,.,,,,,,,,,,,,,..,.,,,,,,,,,,,: ~~ A PAIXÃO E A FINALIDADE DO ENSINO K~ !111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111: cidade, preparando-a conforme as tendencias dos povos mo– dernos, impõe-se hoje mais do que nunca aos nossos -dirigen– tes. Os nossos actuaes programmas de ensino, mesmo quando bem executados, não satisfazem mais ·as necessidades da edu– cação nacional. Já ha muitos annos, o .dr. Iteberê da Cunha affir– mava que necessitamos animar e fomentar as vocações ·pelo estuJo das profissões agricolas, industriaes e commerciaes; crear escolas e institutos especiaes, modelados pelos mais recentes systemas pratico-scientificos; dar nova orientação ao ensino em geral, introduzindo mesmo, desde à escola pri-. maria as noções primordiaes de instrucção technica e pro– fissional , tornando dest'arte o ensino mais adequado com as necessidades de vida, etc. (2 J Dir-se-ia que o illustre· .escriptor diplomata adivinhava a ampliação dos novos horizontes e a transformação das condições existenciaes dos povos, trazidas pela ultima guerra mundial ou que elle antevia o seguimento ·duma guerra dou– tra especie, no campo da concorrencia economica. Pois bem, além de não se ter ainda fundado sufficientes escolas pro– fissionaes e technicas, o ensino existente no Brasil acha-se eivado de vícios que, por vezes, o tornam improficuo. Vão surgindo, é certo, .nos Estados, varios institutos de ensino su– perior; mas, se estes admittirem alumnos que não possuam uma base indispensavel para a instrucção profissional, além duma cultura haurida de seus estudos de humanidades para poderem comprehender os problemas sociaes, limitar-se-ão a formar doutores theoricos, augmentando o numero dos eter · nos candidatos a empregos publicas ou casamentos ricos. -Ensino civico Temos sido acoimado, por vezes. de exaggerar a cul– tura dos sentimentos civicos, attrahindo os estudantes, du– rante o anno lectivo, a constantes festivaes, a proposito não só de 'datas nacionaes como de tudo mais qlJ.le, occasional– rnente, possa fomentar o patrio;ismo do brasileiro. Mas, des– de que o culto prestado aos nossos grandes homens e gran– des eventos entra em nosso plano de educação moral e ci - . vica de maneira tão .sensivel, não, podemos -ser indifferen– tes, por exemplo, ao jubileu intellectual de Ruy Barbosa e . festejamol-o com enthusiasmo. E ' que, se as virtudes dos mor- (2 ) V. Expansão Economica,' pag. ,309 - -- • .,. 1 / J 4

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