PORTO, Arthur. Escola brasileira: (ideias e processos de ensino). Pará: Clássica, 1923. 312 p.
:11111111111111111111111111101111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111: )~ PAL ES T RAS SEMANAE S ~~ H,9 :i11tlllllllllllllllllllllHIIIIIIIIIIIIHIIIIIIIIIIIIIIIHIIIIIIHlllllllllllllllllllllllllllllla:i: car dois dent~s sem dar um grito. Este menino decerto terá coragem para affrontar outras difficuldades é soffrimentos na vida e será um cidadão valoroso. Tambem conhece ou– tros que sempre tiv~ram coragem para confessar suas fal– tas, em ve~ de attribuil-as à innocentes, e a coragem para não mentir é urna das mais bellas virtudes do estudante. E, assim, poderá ser até um borri auxiliar do mestre. Entretanto, ha meninos tão medrosos que não são ca– pazes de -entrâr numa sala escura e que recusam tomar um remedio; ou 1 tros, corno certas pessoas grandes, têm horror ás viagens marítimas com medo de morrer. E peor do que isto, ainda outros ha tão covardes que não terão coragem de de– fender um fraco contra um forte ou livrar um companheiro de qualquer perigo. Muitos ha ainda que tremem com medo de phantasmas e cousas imaginarias. . · Porque será isto? Porque desde crianças viveram tal– vez na indifferença egoísta, sem nunca terem commettido um acto de coragem. Em conclusão, para mostrar o que póde succeder a um homem covarde, lembrou o caso do soldado recrutado para a guerra que, um dia, ap,ós uma batalha, procurando desco– brir alguma cousa perdida no campo pelos combatentes, ao roçar por um arbusto espinhoso, sentiu-se, de repente, preso pela tunica desabotoada e então, surprehendido e arnetron– tado, sem coragem de qlhar para traz, supplicou com voz. tremula, levantando os braços para o ar ;- «Não me mates, camarada ! ... Que mal te fiz eu ? ! ... ». Quando se soube do incidente, ·o soldado medroso não teve mais socego no acampamento, porque todos os valen– tes o ridicularizavam, lançando-lhe em rosto a sua rnizeria, até que adoeceu e não teve a gloria de concorrer para a victoria final de suas armas. Homens como esse desmoralizam até a terra de seu nascimento, mostrando-se incapazes da confiança geral. A co– ragem, pois, é um nobre sentimento que se deve cultivardes– de a infancia e muito concorre para formação do •verdadeiro caracter; ella se desenvolve pelo cumprimento dos deveres, pela lealdade em não mentir nunca, pela força de vontade para resistir ás más inclinações e maus exemplos, para fa– zer a caridade, para respeitar as leis, para defender os seus direitos perante as auctoridades constituídas, emfim para se sacrificar pela Patria. Uma outra professora accrescentou exemplos de cora– gem, de bondade e de patriotismo, referindo-se aos pequenos heroes creados por de Amicis, no seu famoso livro «O co– ração n, salientando typos de estudantes como Garrone que
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