PORTO, Arthur. Escola brasileira: (ideias e processos de ensino). Pará: Clássica, 1923. 312 p.
:11111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111,:: 158 ~= =,../ ,,., ,-,.,:5 PALE STR A S SE MANAE S ª°" ~.~ 5111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111! 3.a SE~IE Palestras sobre eduea~ão moral t.a PALESTRA. J., coragem , . Uma terceira serie de palestras, tendo por objecto os sentimentos moraes, tambem foi feita a ptoposito de factos occasionaes. · A primeira dellas versou sobre a coragem inspirada pela leitura da respectiv.a poesia de Olavo Bilac. -A professora começou :dizendo que não se estuda so– mente para saber ler, escrever e contar, cultivar sciencias e lettras, para occupar uma posição na socieqade. D m bom estudante só será estimado se tiver um coração bem forma– do. isto é, ~e fôr obediente, affectuoso, caritativo, justo, co– rajoso, patriota emfim, nobre por todos os seus actos. São bem conhecidos e censurados certos mocinhos bem trajados e até filhos de familiás distinctas que, ao seguirem para as esc-olas carregando livros, discutem nas ruas com os colle– ·gas e outras pessoas, injuriam-se, brigam, assobiam, cantam copias incop.venientes, imitando a gente inculta que não re- flecte e vive na desordem . · · _De que servem os estudos que .-elles fazem, se a educa– ,ção moral, isto é, os seus sentimentos, habitos e costumes são indignos de sua familia e de sua escola? Alguns che– gat'n até a perder tempo nos botequins, dirigem -chufas ás me– ninas com quem_se encontram, atiram pedras ás arvores e aos -companheiros, jogam a cbola nas pr-aças publicas com moleques, fumam em prejuízo da saúde e fazem outros des– atinos. V arios destes, quando viciados, acabam àbandonando os estudos e tornando-se vagabundos que a policia prende de ve.z em quando. , • . Porque lhes sucçede esta desgraça? Porque não tive– ram coragem para reagit contra ós maus exemplos dos com– panheiros, porque não a tiveram para resistir ás attracções dos mesnios, porque finalmente rião a tiveram para denun– ciar a seU:s paes os incidentes da rua. E, assim, sem a ver– dadeira cotagem de confessar as suas culpas, vão-se tornan– do infieis e ingratos para com suas familias, seus mestres-e sua patria, formando um contraste com os estudantes de sen– timentos nobres. Felizmente, entre-os alurnnos já conhece va– rios de muita coragem, apezar de pequeninos. Sabe, por ex– emplo,~e um da classe infantil que ha pouco deixou arran-
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