PORTO, Arthur. Escola brasileira: (ideias e processos de ensino). Pará: Clássica, 1923. 312 p.
:111HIIIIIIIHIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII: ~'i PAL ESTRAS SEMANAE _S §;'~ n= =,-- :,11,111111,1111111,,,11111111111111,,u,1111111111111N1111,,~11N1111111111111,,1111,,11,,,,11,: 4 .a PALEST~A -Educação physica das moças Quando se pensa nos cuidados que se deve ter com a educação physica dos moços, comprehende-se logo que a.mais imperfeita e insufficiente é a das meninas. Spencer já obser– vára que, nos collegios femininos da Inglaterra do seu tem– po, -não reinavam a alegria tuidosa e o _movimento tão apro– veitaveis que existiam nos collegios dos rapazes, dizendo . mesmo que sentia e lastimava esse erro pedagogico. E°'tão, dos centros civilizados extrangeiros foi desapparecendo pou– co a pouco essa falta, como se a critica do eminente philo– sopho produzisse um effeito magico. Hoje, nos collegios bem organizados e até mesmo nos religiosos sem exagero rnysti– co, as meninas folgam, brincam e se exercitam, desenvol– vendo bem. o corpo a .par do espírito. Infelizmente, entre nós, já não é assim; a educação phy– sica <las meninas ainda está por desenvolver, excepto em al– guns collegios do sul 'da Republica, onde ha professores es– pecialmente côntractados para encaminhal-a com exito. Vêde como as nossas jovens compatriotas, educadas na ·maioria das escolas e em geral às filhas de familias paraen– ses, embora muitas dellas esbeltas e graciosas', são quasi to– das pallidas e franzinas, mostrando pouca resistencia phy– sica, tanto para os trabalhos intellectuaes como para os do– mesticos e da ,vida pratica! E quantas morrem cêdo por não poderem resistir á surpreza e violencia das molestias, dei– xando na dor e na saudade as pessoas queridas, e sem _ que 0 pudessem cumprir até o fim o seu dever patriotico de n1ães de familia e cidadães em todos os officios e profissões ! Possuímos jardins e parques, dentro da nossa· cidade e um bosque no suburbio, todos bem cuidados, de modo a po– derem as meninas brincar nelles em horas convenientes .e · em dias certos; mas as familias se esquecem dessa necessi– dade tão palpitante e apenas lhes permittem a distracção dos cinemas e o exercido dos bailes, pouco favoraveis á saúde e á moral, como lhes permittem tambem perder o tempo nós cuidados dos vestidos e toucados ou que se postem ás ja- nellas observando o movimentd das ruas... . Como seria agradavel e util que todas vós apr,oveitas– seis os lazeres das tardes ou das noites, e bem assim o dos domingos, após a missa e ·vos reunísseis em · diversos cen– tros familiares para brincar, em convivio· com vossas colle– gas e amig_as da .mesma . edade e vos avigorar e embellecer com as cores e as. graças da saúde!
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