AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
102 :ÉPOCAS DE PORTUGAL ECONóMICO reantes: da:va-se como parte de ordenados e de soldos; concedia-se por graça; distribuíam-na os governadores por ·seus criados, aos quais muita vez mais tarde se im– putou negociarem com ela. No princípio, todos que passavam à f ndia: em serviço, e até segundo parece os. degredados, venciam quintaladas. Colige-se, qu~nto aos últimos, de instruções mandadas a Afonso de Albuquer– que, acerca de 'Soldos: aos escudeiros 2 cruzados; 500 rea-is aos peões; aos degredados nenhum soldo e - «uns nem outros não haverão quintaladas» (1). Ociosa recomendação se o facto não se desse. O certo é que cada ano aumentava a parte delas nos embarques, com prejuízo da carga pertencente à coroa, e da que se devia tomar, já paga em Lisboa, por conta dos mercadores. Em r 508, as duas naus que vol– taram nesse ano não comportava·m toda a fazenda, pronta ao embarque, sendo não menos de 5.000 quintais as quintaladas, · quase o carregamento de uma nau. Eram essas a:s obrigatórias de cada ano, pertencentes aos fun– cionários, e as dos soldados e gente do mar, repatriados de três em três anos, e. que neste. regressavam. Para obviar à dificuldade, o vice-rei D. Francisco de Almeida reuniu conselho em Cochim, e todos os votos foram por se dar a precedência às quintaladas, obrigatórias pelo direito adquirido; depois delas se embarcaria a carga dos. mercadores e finalmente a do rei (2). Talvez em consequência disso mandou em r 5 r O· D. Manuel suspender parcia-lmente a concessão, restrin– gindo-a, para o pessoal em serviço na fndia, aos capitães . (1) 9 de Outubro de 1512. Idem, 1. 0 , 84. (2) Acta pubJ.icada em Cartas d{}. Afonso de Albuquerque, 2.º, 4 2 7•
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