AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

100 bPOCAS DE PORTUGAL ECONOMICO dificar as condições em que se permitia o negócio aos particulares. Ao chegarem os navios de Vasco da Gama, que regressava da segunda viagem, espalhou-se nas pra– ças estrangeiras a notícias de que trazia a frota· 2 6 mil quintais de pimenta. Imediatamente baixaram os preços do equivalente de 40 cruzados para metade; vários espe– culadores em Flandres e na Alemanha quebraram; e maior seria o pânico nos mercados, a não intervir o governo de Lisboa, proibindo que da casa da: fndia se fizessem vendas a menos de 20 cruzados. Entretanto ia-se acumulando o produto nos armazéns reais. Desde Setembro de I 504, mês em que voltaram os navios de Afonso de Albuquerque, a Ma,io de 1 506, quando che– garam os de Fernão Soares, os carregamentos entrados na Casa da índia montaram a 54 mil quintais, de que no Verão de I 506 havia vendidos somente I 4 a; I 5 mil (1). Assim se turbavam as esperanças, que sus– citara o resultado das primeiras viagens. Ao mesmo passo que, para acudir à crise, o governo fixava o preço ao produto, cuidou de regular a oferta e estabelecer um justo equilíbrio na liquidação dos: carregamentos . Por ordenação de I de Janeiro de 1 505 todas as vendas passaram a ser feitas pelo vedor da Casa; da í ndia, repartidas as quantidades pelos donos , na pro– porção da,s entradas . Por aí se caminhava para o sistemai de monopólio assumido pela coroa, em que a pouco. espaço se assentou. Dando parte na empresa a mercadores , e outros que (1 ) Nodcia destes fa~s nos D iarii de M arino Sanuto, e_ relações· do Enviado em Espanha, Vicente Quirini; cit. em Hümmench , Die– erste deutsche H andelsfahrt nach l ndien, p. 136, 137. I li

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