AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
A fNDIA E O CICLO DA PIMENTA 95 e outros italianos (1). Do mesmo Marchione foi uma nau, em 1 50 I , na armada de João da Nova, e outra em 1 502, na segunda viagem de Vasco da Gama, desta vez em pa·rceria com a coroa . Em 1 505, na armada de D. Francisco de Almeida, de 1 5 navios grandes, quatro, pelo menos , não são do Estado: um pertence a Fernão de Loronha, três ao consórcio de que fazem parte Bartolomeu Marchione com os Italianos seus amigos, W elser, Fugger e outras firmas alemãs , sendo W elser participante por 2 o mil cruzados, e o grupo de Marchione com 29-400. Antes ou depois da viagem, provàvelmente antes, a coroa vendeu a· Marchione as três naus S. Jerónimo~ S. Rafael e Leonarda, que foram por conta do consórcio. como antes lhe tinha vendido a Santiago, da expedição de 1 502. Por serem barcos já cansados e menos capazes para a guerra , é de crer ; assim com a vantagem de aumentar a frota em número , ficando os riscos da parte inferior em qualidade aos armadores. Na esquadra- de Tristão da Cunha, em 1 506, de dez velas, as mais das elT\barcações eram de negociantes, fre– tada; pela coroa, e uma, a nau Santo António, próprie– dade do capitão-mor (2). Afonso de Albuquerque acom– panhou a armada com tres navios, um deles a nau Cirne, em que tinha parte. A intromis-são de particulares no tráfico, associados à coroa, continuou por algum tempo , até que, melhor provida de recursos m·atena1s , a princípio escassos, ela se pôde emancipar. 'f (1) Jaime Cortes?o, A ' expediyáo de Pedro A lvares Cabral e o descobrimento do Brasil, p. 117 e seg. • - (2) Castanheda, H istória do descobrimento e conquista da í ndia, liv. 2.º, cap. 30.º.
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