AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

94 f POCAS DE PORTUGAL ECONóMICO de qualquer imposto, e a que levassem à Moeda, para se lavrar, teria precedência sobre qualquer outra que já estivesse lL A mesma precedência teriam nas alfândegas as mercadorias que importassem. E, rega-lia maior, da prata que vendessem lhes era consentido levarem o pro– duto em dinheiro, ainda que fosse em moeda de oiro nacional. Os navios que mandassem construir no reino gozariam os mesmos privilégios que os de nacionais, contanto que mestres e marinheiros fossem portugueses. Além destas, outras franquezas de menor valor (1). Semelhantes privilégios e a presteza da concessão, testi– ficam o empenho dos governantes em atraírem ao reino as casas poderosas, interessadas no comércio da índia. Em Maio deste ano, o sócio Lucas Rem, instalava em Lisboa a feitoria. Em condições iguais veio o Fugger, banqueiro de Carlos V, cujos privilégios são do mês de Outubro. Após ele outras firmas importantes de Nurem– berg e Augusta. Isto representava o a.fluxo de capitais, utilíssimo à expansão do negócio empreendido pela coroa no Oriente. Desde o começo tinha ela buscado o concurso dos particulares, porque seus meios próprios não bastavam · para explorar em larga escala o comércio, e apresentar nos mares distantes da índia um poder capaz de infundir respeito aos nativos e superar a hostilidade dos mouros. Assim logo na expedição de Cabral, a primeira em seguida ao descobri11;ento, entram embarcações não per– tencentes ao Estado. Duas de fidalgos; tendo parte em uma delas o famoso negociante Bartolomeu Marchione (1) Diploma de 13 de Fevereiro de 1503. Publicado no Arq. Hist. Port., 7.º, 380.

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