AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

92 f POCAS DE PORTUGAL ECONóMICO fico de produtos do Oriente corria risco. A duradoura guerra entre a república e a Turquia tornara as comuni– cações com Alexandria dificultosas; o célebre Fondaco dei T edeschi, moradia: dos alemães em Veneza, declinava na importância; e as grandes casas germ~nicas interes– sadas naquele comércio, os Welsers, os Fuggers, os Imhofs, pensavam em transferir suas operações para Génova:, cujos navios frequentavam, como os venezian_os, os portos de Levante, sem o risco da hostilidade dos turcos. Fugger, possuidor de minas de cobre, ·e árbitro nos mercados deste produto, essencial para as transac– ções na fndia, foi, parece, quem. teve a iniciativa; e fizera já depósito a:vultado de metal em Génova, quando o feito dos portugueses se tornou conhecido. Imediatamente previram os espertos mercadores a transformação que ia– dar-se._A ideia da feitoria em Génova foi abandonada, e um dos associados, a opulenta casa dos W elsers, de Augusta, que já tinha negócios em Espanha, anteci– pou-se em tirar partido de um sucesso com que ia mudar de feição o comércio do Oriente. Outro monopólio passava a substituir à_ dos venezianos. Mas, pela simpli– cidade no tra:nsporte, e supressão de uns poucos de ávidos intermediários, com diminuição considerável do custo, e consequente expansão do consumo, portanto, do tráfico em geral. Sujeita a pesados impostos nos portos de pas– sagem, na Arábia e rio Egipto, a pimenta vendia-se no Cairo e Alexandria a preços excessivos. Paga na fndia a 2 ¾, e 3 ducados o quintal - o ducado equivalia ao nosso cruzado - ocasiões houve em que o preço se elevou no Egipto a 80 ducados. Acrescente-se o trans– porte ao Adriático, direitos na a:lfâ~dega em Veneza, e o lucro do negociante. Subitamente o produto se oferece

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