AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
JORNADA DE AFRICA 81 <lido a quatro partes do mundo. Primeiro, tentando alargar a ocupação, o que a resistência da mourama , e a exiguidade dos recursos empregados, não c~n';tntia. Depois, renunciado o propósito, levando o domínio, por avanços sucessivos , a terras distantes para exploração comercial. Os achados do metal precioso e da especiaria, na ·costa africana-, ministraram aos príncipes a norma da polÍtica, transformaram a mente do povo, dando às suas aspirações outra me~a, e divertiram para· vias novas, de considerável efeito no mundo, a corrente da história. Até aí os portugueses tinham-se empregado em cons– tituir a nacionalidade, usando as armas para adquirir terras, despojos, tributos , cativos; agora a emulação de Veneza, opulenta pelo comércio, impeli.a-os ao remoto Oriente. Já o monopólio f~ra quebrado, e· a pimenta de Africa· concorria com a especiaria da fndia. Tão estimada quanto ps metai~ preciosos, a pime~ta era na Europa objecto das maiores cobiças. Sirva de exemplo este faào: \1 em I 3 78, precisando a república de Génova de tomar por empréstimo uma soma avultada, propunha o reem– bolso em oiro ou pimenta, à vontade dos credores (1). • Em Portugal, o êxito da competência pela malagueta , n incitava a continuar nos esforços, e a buscar a pos~e total do tráfico. De escá-la em escala torneou-se a ponta de África, além da qual estava a terra do ambicionado produto, e também, ao que se conjecturava, tesouros de pedrarias ~ metais preciosos. Nesta época tinha, acabado de se inte- (1) J. Kulischer, A llgemeine W irtscbaftsgescbicbte des Mittel– alters und der N euzeit, 1. 0 , 317. 6
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