AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

• . . 78 bPOCAS DE PORTUGAL ECONóMICO tação da pimenta pelos portugueses principiou a· inquietar .a república, que em r 506 proibira o monarca' a extracção do produto africano, para não fazer dano ao da fndia (1). Não deve ser verdade. As cartas de quitação dos feitores ,da coroa em Flandres, mostram que nesse tempo se fazia para lá a exportação, como antes, e até com aumento: 309 quintais em dois anos, r 505 e r 506; 2.72 5 em .seis, de I 509 a I 514, o que representa por ano 454 quintais, três vezes a quantidade do período anterior. Em I 5 I 2 e r 5 I 3 foi arrendado o tráfico a um tal Caliro Redolho, porventura genovês, pela soma de I .o 50.400 reais (2). Tudo o que demonstra como este ramo de ,comércio, longe de se estancar, prosseguia em larga -escala. É· possível, todavia•, que, na continuação, a baixa do preço motivasse o abandono temporário do tráfico. De r 2 dinheiros, ·que em I 5 r r davam na praça de Antuérpia por libra de 'malagueta, passaram a oferecer somente 6 dinheiros em r 5 r 7. Entretanto a pimenta da fndia subia de r 9 ;/2 dinheiros em r 5 r 5 a 3 I em I 5 r 9. O certo é que, muitos anos depois,. encontramos ainda a pimenta de África eritre os géneros de exportação, e restituída ao preço· antigo, a julgarmos pelo que valia. Em I 578 subira.a 28 dinheiros, custando a da fndia· 32. No ano seguinte declinava para 26 dinheiros; o produto do Oriente chegava a 38 (3). (1) Cf. Hummerich, D ie erste deu tsche H andelsfahrt nach lndien, p. 33. ( 2 ) Carta de quitação do feitor Gonçalo Lopes. Arq. Hist. Port., 2.º, 446. . (3 ) Como da correspondênci~ de uma casa comercial de Lisboa. Een Kamper H andelshuis te Lissabon par J. N anninga Uitterdijk, p. 103 e 201.

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