AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

72 f POCAS DE PORTUGAL ECONóMICO ·em I 5 I 2' recomenda-se áo chefe, Simão da Silveira·, que os navios venham bem ·carregados, principalmente de escravos, e em segundo 1ugar de cobre e marfim (1). Em I 5 I 8, o governo, para que o negócio não receba dano da concorrência, proíbe que moradores de Cabo Verde vão à Guiné resgatar escravos, a não serem ós indispensáveis para serviço próprio. A · ordem régia imputa~lhes venderem as mercadorias na costa a preço baixo, e darem-no excessivo pelos negros, reduzindo assim para todos o proveito do negócio. Alguns metiam-se pelo sertão, para o tráfico; esses eram os autores do malefício. O rei anuncia-lhes ter mandado recado aos régulos que podiam matá-los quando quisessem, serri receio de Ó ofenderem. Aos que regressassem do interior oferecia perdão, mediante a multa de I o cruzados, e abandono de metade da fazenda que trouxessem, escravos, oiro, . marfim, etc., em ·proveito da coroa (2). Santiago tinha sido lugar de comércio da escravatura, desde que o descobridor, António da Nola·, começara a povoar a ilha com-alguns negros que levou. Outros lhe seguiram o exemplo, - e por esse modo o arquipélago deserto se tornou populoso, e houve braços para•empregar nos trabalhos ágrícolas. Com o algodão, produto local, . . . . . ;, que os negros ~xtra1am, mais negros se 1am comprar a costa vizinha , na maior parte aplicados à· exportação. De I 5 1 3 e 1 5 I 6 saíram de Santiago 2 .966 escravos ; sendo 378 para p ortos de Castela (3). De aqui se infere a grande quantidade que para o reino viria. De Cabo . ' . (1) A lguns documentos da Torre do Tom bo, p. 285. F. de Almeida, 3.º, 218. (2) Alvará, r 5 de Março de r 5 r8. Sena Barcelos, Subsídios, P· 88. (3 ) Cf. a estatística em Sena Barcelos, p. 75·

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