AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

JORNADA DE AFRICA 71 encarregados da recepção e venda desta espécie de mer– cadoria (1). Os pontos principais deste comércio eram Lagos e Lisboa, e na vila algarvia• foi primeiramente estabelecida a Casa da Guiné, depois transferida para a capita:! com o nome de ~asa da Mina e por fim da f ndia . Anexa às mesmas, havia a Casa dos Escravos, por onde se administrava o negócio e colhiam as rendas. Nos três anos de 1 5 1 1 a 1 5 1 3 passa·ram por ela, segundo as contas do Almoxarife, 1 .265 escravos de ambos os sexos, pertencentes ao rei, ,avaliados em 8. o 86. 79 5 reais, o que dá O valor médio de 6. 392 reais por cabeça. Cobraram-se no mesmo período I 6 2 . 35o re~;is, de várias pessoas, imposto d vintena por escravos e mercadorias diversas. Se computarmos em metade da ·soma o tocante aos escravos, arbitrando-lhes valor igual aos do rei, acha– remos 2 54, importados por particulares. O direito da vintena, cinco por cento, fora criado pelo Infante D. Hen- . rique para a Ordem de Cristo. À coroa pagava-se pelos negros a dízima. . Os escravos destinados ao rei provinham umas, vezes do negócio por conta dele, com os negreiros indígenas, outros .de rendas cobradas na espécie. Em 1 5 1 o foram arrematados os direitos, nas ilhas de Cabo Verde, à razão de 90 0 mil reais,.. por ano, p_agáveis" e~ negros (2). Considerava-se entao de grande 1mportanc1a para a coroa 0 tráfico. No regimento de uma expedição ao Congo, (1) Cartas de quitação publicadas por Braamcamp Freire no A rq. H ist. Port., desde o t. 2.º. Podem-se vez extractos na História de Portugal, pelo Dr. Fortur_iato f e Almeida, t. 3.º, onde o assunto é tratado com largueza no hv. 6. , cap. 8. 0 , a pág. 2 13• (2 ) Alvará de 23 de Outubro . d~ I 510. Sena Barcelos, Subsídios pttra a história de Cabo V erde e Guine, Parte 1 ." , p. 65.

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