AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
68 ÉPOCAS DE PORTUGAL ECONóMICO Mal . satisfeitos em suas ambições, os homens . de guerra aplicaram-se a tentativas por melhor fortuna, pri--: meiro ao longo da costa africana, depois embrenhando-se no oceano desconhecido. À testa do movimento achava-se o Infante D. Henrique, que dera o impulso à empresa de Ceuta, sem dúvida porém estimulado, como então, por gente aventureira do seu séquito. As grandes inicia– tivas vão avante quando as vontades ambientes se fundem em uma só vontade dominadora. Encontrados. os arqu.ipélagos da Madeira e Açores, realizava-se a con-. tinuidade da expansão territorial, necessária, não para. colocar um excesso de população, mas para· contentar a.s– ambições de propriedade, que eram o estímulo da nobreza:.., Logo se puderam distribuir terras, doar senhorios, trans– portar colonos, como no tempo da conquista continentaL ~s ilhas despovoadas ofereciam no solo virgem possibi– lidades de exploração agrícola. Começou a· emigração, ao. mesmo passo que, na terra nativa, os negros, colhidos. nas razias de África, iam tomando as enxadas dos lavra– dores expatriados. Também a navegação ao longo da costa acenava cada dia com atractivos .novos, provenientes do comércio com os indígenas. Além do marfim, das peles e produtos de menos valia, a malagueta, que através do Saará passava à Itália, por isso cara e em extremo cobiçada; por fim o oiro, a suprema sedução dos homens daquele tempo e. do nosso. ,, Com as amostras do metal precioso vieram logo os. escr'a·vos. Brancos níridos e mais ou menos baços, mes- , tiços, negros, carregando a cor à medida que baixavam as expedições para o Sul. Até certa altura islamitas. Por fim gente retinta, tudo bárbaros idólatras. O pri- .
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