AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
64 f POCAS DE PORTUGAL ECONóMICO se lê que fizeram os romanos depois que tiveram suas guerras acabadas» - , parece mais que muito provável ser ta·l o sentimento do Rei .. Também Rui de Pina inculca como informação de D. Henrique ter-se determinado o monarca à empresa, por em seu reino se não perder o usr0 das armas (1). Dava-se ocupação à casta militar, inso– frida da vida sedentária, e buscavam-se meios de lhe ' contentar as pretensões. Dádivas novas, que a satisfi– zessem, não consentiam as posses da· coroa, cada vez mais reduzidas no território hereditário. Lançados neste caminho os dinastas, não lhes era possível recuarem. Isto foi o que os incitou a prosseguirem nos empreen– dimentos de além-mar, substituindo as doações de terras pelos rendosos postos, e larga: participação nos proventos da conquista. Não tardou contudo .que dentro do reino se reconhe– cessem os efeitos perniciosos desta política. Pouco mais de dez anos passados, o Infante D. Pedro, com a sua visão esclarecida, apontava Ceuta· como - «sumidouro de gente, de armas e de dinheiro» -; opinião que ta~b~m atribuía a pessoas de bom conselho, de ~ngl_:1- terra e Flandres. Não era diferente o parecer do irmao basta·rdo, conde de Barcelos, quando se manifestou con– tra a .empresa de Tânger. Bem se via o dano de P?sse de C euta. Que seria alargando a conquista-? (2) . Vinte e seis anos ,depois, em 1441 , estavam por pagar as armas, provisões e dinheiro , adiantamentos tomados no Porto para se orgadízar a expedição, de que a cidade e) Crónica de D. Duterte, cap. l 1.º. / . (2) Veja-se David Lopes, História de Arzila, Prefacto, P· XXII e XXIII . •
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