AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
A MONARQUIA AGRARIA 53 4 7 contos. O conde de Penela, privado e conselheiro dp monarca, fazendo o que chamaríamos hoje projecto de orçamento para 1478, aconselhct com instªncia m0- .deração nos gastos, sobretudo nas tenças e outros modos por que se alimentava a voracidade dos grandes. _ «E assim deve El-rei prometer e jurar que não fará ma•is. nenhum tal dano em sua fazenda, nem despesas .sem necessidade e por vontade que tenha» -. Reduzi– .das as verbas, baixam no projecto as despesas para 40 contos e 346-426 reais; de que tocam 17=943.130 :à família do soberano, 15:801 .960 a tenças e mercês diversas, 4: 348. 760 a·"ordenados de África, e I conto .d~ reais ao designado na: relação por Despesas ordinárias 'do reino que El-rei paga de sua fazenda, no an~ antece– .dente maior soma: 1 :666.ooo reais (1). As rendas tinham crescido desde o tempo de D . João I, em dois reinados: de 28 mil co1~tos para 3 7 mil (2). Um serviço de 1 50 mil dobrns (3 :450.000 reais) , votado em Cortes pelos povos, a D. Afonso _ «vendo a danificação da fazenda de El-rei, e espe- rando que se emendasse de seus grandes gastos» - fora ' -consumido nas tenças e dotações de casa·mentos à no– breza ( 3 ). Outro serviço de 68 milhões de reais, mais ,de uma vez e meia o total das receitas ordinárias, tivera 0 monarca, em 1478, para a· guerra defensiva, que temia, após a desastrosa entrada por Castela. A cobrança efectiva, em um e outro caso, provàvelmente inferior \. (1) «Papeis que o Conde de Penela mandou com a sua carta». Arquivo da Tarre do Tombo, gaveta 2.a, maço 9, n.º r6. Falta a carta. (2) 43 contos de reais, a 6,66 réis oiro o real, e aplicando o multiplicador 6: Esc. 3T496.ooo$oo. · (3) Capítulo nas Cortes de fvora, em 1481. Santarém, p. 132.
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