AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
52 :f:POCAS DE PORTUGAL ECONóMICO . elo Condestável a frutificar - D. Duarte tornava-lhe não haver de onde, porque o reino era pequeno, e grande. parte dele fora dada pelo pai aos que o tinham ajudado a ganhá-lo (1). Asserto exacto; ainda que não tivesse o, monarca proferido as palavras e o cronista oficial as in– ventasse. Nos irmãos não falaria, e contudo muito, tinham eles levado, sendo o Infante D. Pedro o melhor pro– vido , o que talvez motivasse as queixas de D. Fernando, invejoso. É de ver que, em semelhantes condições,_ não podia D. Duarte renunciar às sisas. Uma última tentativa fizernm ainda os povos com D. Manuel, em I 498 , insinuando ao mesmo tempo a redução da quantidade de oficiais e mÓradores da casa. real. Respondeu o monarca pela negativa, alegando seria crueza para com seus criados, servidores antigos, esse modo de economia. E expunha a aplicação do tributo, de que, dizia ele, vinham ao reino muitos proveitos. Saibamos quais: «moradias, casamentos, tenças ~ assim outras ajudas de vida e encaminhamento a filhos e filhas de fidalgos, cavaleiros, escudeiros , e a todo outro género _de nossos naturais» (2). Assistência pública em largas: somas às classes privilegiadas. Bom foi que nes ta ocasião se abrissem a estas novas fon tes de graças, assim como aos desprotegidos da plebe a miragem da emigração. Acaso se deve a isso o sossego interno, tantas vezes per– turbado em. outras partes da Europa. Vinte anos antes , no reinado de D. Afonso V, as receitas públicas importava·m em pouco além de 4 3 contos de reais; tendo sido as despesas , em 1477 , perto de (1) Rui de Pina, Crón. de D. Duarte, cap. w. 0 • (2) Góis, Crónica de D . Manuel, P arte 1.ª, cap . 26.º. i N
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