AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
A MONARQUIA AGRA.RIA 51 em prémio de serviços, e distribui-las pelos não contem-, piados. Proposta nociva aos que estavam na posse dos 1 bens, forçados a trocarem propriedade sólida pela moeda desacreditada de que, em manipulações sucessivas, o novo dinasta tinha inundado -o país. À testa dos des– contentes o Condestável, que ameaçou retirar-se do reino, para ir servir sobera1:io estrangeiro, e convidou seus vass~los a seguirem-no. Pouco antes tinha ele abandonado as rendas de várias terras, das recebidas em d@ação, a· alguns companheiros de armas. E arguia que, depois disso, já mal se podia sustentar como à sua honra im– porta•va. Que seria quando lhe cerceassem o resto? Sem embargo, D. João insistiu no projecto, e o guerreiro irado . aco:nodou-se_ com a retrocessão _de s~as dádivas, e a obngaçao, assumida pela coroa, de est1pend1ar por meio das quantias, ou soldo permanente, os esbulha– dos. Reconciliado o principal opositor, conformaram-se os demais da nobreza. E ficou assente tomar o Rei para si os vassalos dos fidalgos, obrigados ao serviço militar sob a bandeira de cada um, e pagar-lhes directamente as contias (1). Vitória grande do poder régio 1 por esta forma emancipado da sujeição aos barões. A lei mental, assim chamada por a ter ideado D. João I, e promulgado o filho, D. Duarte, foi o meio que le~brou de r~c~nsti~uir o pa __trimóni~ ~o sobera~o, restringindo os direitos a sucessao. Arb1tno de efeito demorado, e afinal inútil, pelo novo rumo da política nacional. A penúria da coroa não diminuiu no reinado. Instado pelo irmão D. Fernando para lhe aumentar as rendas, - quando não, sairia da pátria: era o exemplo e , . p li, o o (1) Lopes, . romca, arte 2 . , caps. 153. -e 154..
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