AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

NO SIGNO DE METHUEN 457 dendo o ministério bri~nico que ele em si era perpétuo, e só alguns artigos podiam ser revistos (1). Os ingleses não renunciavam fàcilmente ao privilégio da conserva– tÓria·, nem ao dos direitos de r 5 por cento na importação. Da sua parte continuaram a manter o diferencial de Methuen a favor dos vinhos portugueses. Os sucessos políticos, consecutivos à revolução de 20, não deram aso a cuidar-se em Portugal na revisão ou anulação do tra-tado naqueles anos, até à queda definitiva do absolutismo. Mas pensava-se nisso em Inglaterra, -onde a· obra de Methuen perdera finalmente a virtude. Em r 830 dizia-se no Parlamento que era tempo de acabar <:om ele, por isso que já nenhum proveito trazia ao país (2). De feito, a importância do mercado português fora muito reduzida pela emancipação do Brasil. Além disso a- própria indústria dos panos, que o tratado ampa– rava, deixara de ser o fundamento comercial da Ingla– terra. À idade de lã sucedia a do carvão, e outros hori– zontes, de maior larg~eza ainda, se·desvenda-vam ao Reino Unido. Talvez em razão das diligências no Parlamento contra o tratado, em r 83 r são levantados os direitos dos vinhos, -continuando todavia• a ser respeitada a cláusula de favor. Em I 836 há já em Portugal go•; erno regular, como tal reconhecido, e no Parlamento britânico surge mais uma vez a questão. J?almerston, interpelado sobre ela em Março e Junho, responde estarem a bom caminho as negociações, e que se porventura Portugal entrasse em (1) Discurso de Huskisson, ministro do Comérào, no Parlamento. Schorer, p. 647. (2) Huskisson, Discursos, t. 3.°,_ Schorer, p. 64-8.

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