AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
NO SIGNO DE METHUEN 455 à terra natal. A mudança era, ao que podia supor, defi– nitiva. Transportado a um reino novo, e segundo a expressão jurídica de casa movida, com sua· família, seus áulicos, seus tesouros , pouco lhe importaria o outro, per– dido. E assim não teve receio de quebrar um elo, o pri– meiro, da pesada servidão da colónia aos interesses dos qúe de longe a exploravam. Pela força irreprimível dos acontecimentos, não tardariam a ser rotos os demais, até ao último. o da sujeição política: Com: ajuda e proveito do aliado inglês , que dera o primeiro impulso. N ão tardou Strangford no Rio de Janeiro, em segui– mento da corte, a exigir o cumprimento do tácito pacto de Lisboa, se o houve, ou da convenção secreta de Lon– dres , suspensa pela- força dos acontecimentos. As nego– ciações levaram ao tratado de 28 de Fevereiro de 1809, assinado por ele e por Linhares. Era na essência a manu– tenção dos de 1 654 e I 7 o 3 com aplicação ao Bra-sil, adicionados de novas vantagens: direito a um porto franco, na ilha de Santa Catarina, de singular conve– niência• para ·9 cdntrabando de Buenos Aires; e redução a 1 5 por cento dos direitos das mercadorias inglesas. As de procedência nacional pagavam mais um por cento; ~4 por cento as de outras nações, em todos os domínios portu: gueses. Em compensação concedia-se a Portugal na-s alfân– degas inglesas igualdade à nação mais favorecida. Pela diferença de pauta ficava na: prática derrogada a abertura dos portos a todas as nações, e o Brasil perten– cia de facto a'os ingleses, como sempre tinham ambicio– nado. Havia porém na redacção pormenores, que os juris– peritos da secretaria dos Estrangeiros inglesa não apro– varam; e o convénio não foi ratifica-do, tornando ao Rio de Janeiro para se emendar. Em substituição, foi por
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