AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

..i 454 . EPOCAS . DE PORTUGAL ECONóMICO de Portugal, ·conselheiros de Estado, que se apantam como havendo principalmente contribuído para conven– cer o Príncipe, viajavam com ele. E, que n:ielhor argu– mento que a vontade soberana do aliado, exposta às vezes com brutalidade, como se tinha experimentado? A versão corrente no Brasil, e geralmente aceita , é a de ter inspirado a providência o bahiano José da Silva Lisboa, jurisconsulto e economista notável, que então se encontrava na terra natal. Apresentado ao marquês de Belas·, e falando-lhe na conveniência . de se abrirem os portos, soube pelo fidalgo que era esse o desejo da lngla~ terra. Já António de Araújo e Strangford tinham con– versado na matéria (1). Quando? Na suposta entrevista da Medusa, ou já antes dela? Suposto isto, a opinião de Silva Lisboa·, _inculcada ao Príncipe, é possível tenha concorrido para a resolução final, mas não parece capaz de, só por si , havê-la deter– minado. Para o marquês de Belas, e para D. Fernando Portugal, que passa por ter então convencido o Príncipe, não era novidade. O projecto, suscitado talvez, certa– mente ponderado em viagem, amadureceu ao contacto das necessidades locais, visíveis para todos, e sobre que o conde da Ponte, governador da Bahía, não teria deixado de chamar a atenção do Regente. ·Como havia a escassa. marinha nacional, parte sequestrada pelo inimigo nos por– tos do reino, de prover às faltas da colónia, maiores agora-> pela presença da corte e inevitáveis urgências da admi– nistração? Não havia de mister um economista para tal reco'nhecer. D. João, afugentado para além-mar por u'm ·tirano potente, açoute de tantos reis, não cuidava tornar ( 1 ) Corogr. hist., p. 70. Tobias Monteiro, p. 62.

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