AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

46 f POCAS DE PORTUGA ECONóMICO de uma igreja em cada diocese, e depois D. Afonso V, a. de uma conezia por cabido. Mas de uma e outra vez, já os ânimos tinham mudado com os tempos, e bispos e cónegos recalcitraram, de sorte que, embora autorizadas pela Santa Sé, não se efectuaram as anexÕes. VI Aquele mesmq sentimento religioso, o incerto da vida futura, que inspirava aos reis as liberalidades para com ·a Igreja, movia os particulares à imitação, e a pro– priedade eclesiástica não cessava de crescer por doações dos fiéis, de mão a mão ou póstumas, havendo muitos ·que em vida abandonavam os bens a um claustro e a ele se recolhiam. Com isso minguavam as rendas dos concelhos, assim como as do soberano, ficando pela transmissão isenta de encargos fiscais a propriedade .doada. Por ocasião da peste grande, em 1 348,. tantos foram os testamentos em fovor de igrejas, casas religio– sas e'conventos das ordens militares, que alguns concelhos apelaram para o rei, representando o desfaique nos im– postos locais, daí proveniente, ~ requerendo fossem os novos possuidores obrigados ao paga:mento, e:~mo de antes. Afonso IV, interessado da sua parte, acedeu ao requerimento, e no se11tido dele foram expedidas ordens aos funcionários do fisco para se efectuar a cobrança (1). Se com resultado positivo, é matéria para duvidar. Desde o tempo de Afonso II se diligenciou pôr cobro a estes (1) Viterbo, Elucidário, vocábulo «Talha».

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