AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

NO SIGNO DE METHUEN 451 cipe da Beira partisse. Aqui houve, ao que refere Vila Nova Portugal, uma intervenção iriespera:da, e que talvez surpreenda, suposta a ideia que temos da corte de D. João VI. A rainha demente, quando o· filho lhe fo~ dar parte da viagem de D. Pedro, manifestou-se contrá– ria - «Ou vamos todos ou não vá ninguém», excla:mou. E, perfeitamente lúcida: «Como se escreveu ultimamente para França, espere-se pela resposta, e segundo a que vier disporás a jornada» (1). Com isto, como era natural, cresceram no ânimo de D. João e nos de seus conselheiros as mcertezas. Mas a 1 3 de Outubro tinha dito Napoleão .em Fon- \ tainebleau aos embaixadores, naquele tom de César, se– nhor do mundo que lhe era habitual: «A casa de Bra– gança cessou·de reinam. E o embaixador, D. Lourenço de Lima, viera pela posta fazer a com·unicação, e suplicar transigências. Era tarde. O ministério cuidou ainda deter • a tormenta, mandando a toda a pressa arrolar os bens dos súbditos ingleses, para o sequestro. A isto respondeu o almirante Sidney Smith, cuja esquadra pairava na· costa, com a declaração do bloqueio. A 2 3 de Novembro che– gou a nova de terem entrado as tropas· francesas em território nacional. Que fazer? Não havia mais que orde– nar o embarque. Foi o que por unanimidade resolveu o . Conselho de Estado, reunido nesse mesmo dia. Em um dos pareceres .escritos, que D. João tinha mandado elabo– rar por vários confidentes, sugeria-se que para a Terceira-. , Vila Nova Portugaf. consultado, objectou que uma ilha seria mui estreita habitação (2). De facto assim parecia (1) Id., P· 53· (2) Corogr. hist.,- p. 54. ,

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