AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

450 f POCAS DE PORTUGAL ECONóM1CO da Beira, D. Pedro, com uma esquadra e acompanhado de tropas, resolução em que mais tarde definitivamente se assentou. C uidava-se deste modo inspirar à Espanha témor de alguma agressão no Rio da Prata, e desviá-la por isso da aliança francesa. A este fim se iniciaram os preparativos das embarcações de guerra, que depois con– duziram D. João VI. A proclamação, que anunciava à colónia a ida do príncipe com o tÍtulo de condestável do Brasil, e que o Regente assinou a 2 de Outubro, não chegou a publicar-se por acidentes posteriore~, em virtude dos quais o projecto foi abandonado. O prazo para o governo português aceitar imposi– ções francesas findava no 1 .º de Setembro; mas a ins– tâncias concordaram os ministros de França e Espanha em prolongá-lo por um mês. Em meado de Setembro chegaram a Mafra, onde se encontrava a corte, as respos– tas das potências às cartas do Regente. Napoleão exigia que este se declarasse de modo positivo, e prometia-lhe garantias pessoais e a manutenção no poder, se a decla~ ração fosse em favor da França; ameaçava com represá– lias, no caso oposto. De Inglaterra, Jorge III agradecia a manifestação do príncipe a favor dos seus vassalos, e exortava-o a acolher-se ao Brasil, para ·o que lhe propor– cionaria uma ~scolta naval (1). No mesmo paquete ti– nham vindo despachos do ministro português em Lon– dres, solicitando autorização para negociar a entrega da Madeira, e, porventura em obediência a Canning, acon– selhando também ele, a jornada para ; Brasil. De tudo se vê o empenho que punha a Inglaterra nesta resolução. Por enquanto a que se havia tomado era que o Prín- (1) Corogr. bist., p. 42.

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