AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
NO SIGNO DE METHUEN 447 Novembro. Dela se vê que a ideia de transferir do Velho para o Novo Mundo o lugar do trono não havia ainda cristalizado em resolução . .D espojado do pretexto , o con– vénio era como que não feito, e a porta ficava aberta para se aceitarem as imposições da França, sem com– promisso em contrário do governo português. O Príncipe -e seus conselheiros não tinham ainda perdido a espe– rança de mover à benevolência o imperador dos franceses. Para isso podia concorrer a saída dos súbditos britânicos, que, pouco fiados na protecção do governo português, tinham resolvido abandonar o país. A 2 o de Outubro um combóio de trinta navios, ingleses e americanos, levou -cerca de dois mil; acompanhados, é provável, do que pudessem conduzir em· riquezas portáteis, subtraídas por ,este modo ao confisco de que as ameaçavam. (1). Entretanto, o de que se cuidava na corte era de pô~ -em segurança a sucessão dinástica, mandando para o Brasil o Príncipe da·Beira, D. Pedro, herdeiro presuntivo; e para esse fim se iam fazendo os preparativos navais. Eis porém que inopinadamente a catástrofe se avizi– nha. As tropas francesas concentravam-se em Espanha, -e J unot marchava sobre Lisboa. Hora de pânico para o Regente e para todos. Como se a vontade da salva,ção pessoal não bastasse, Canning, remoto, interveio. O que Fox, morto no ano antecedente, não tinha conseguido pela persuasão, .assistiu ele a realizar-se, pela pressão dos acontecimentos. Mas importava que no facto se impri– misse o selo britânico. A 27 de Novembro o seu enviado, lord Strangford, ausente na esquadra que bloqueava a (1) Ofícios do ministro dos Estados Unidos e cônsul da Dina– marca. Cit. Tobias Monteiro, p. 16.
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