AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
446 f POCAS DE PORTUGAL ECONóMICO O plenipotenciário antecipara-se às tenções de Lisboa, .dando como propósito assente o que era· sàmente even– tualidade a considerar; captado certamente por Canning, a cujo ditado é provável ter-se escrito o convénio, parti– cularmente o preâmbulo, relativo à jornada para o Brasil. Na verdade já em dois ofícios de datas antecedentes, 20 de Agosto e 7 de Setembro, Sousa Coutinho fora incumbido de anunciar ao governo britânico a possibili– .dade da emergência, e de sondá-lo sobre a maneira porque .se prestaria a coadjuvar o acto do Príncipe. Nenhum deles porém diz que o motivo fosse o articulado na convenção; isto é, o propósito de não ceder às exigências de França -em relação aos ingleses Foi o que de Lisboa se mandou dizer a Sousa Couti– nho, quando veio o tratado para a ratificação. António de Araújo de Azevedo, ministro dos Estrangeiros, refe– rindo-se aos ofícios·, repudiava em nome do Príncipe as ,expressões laudatória•s: nobre resolução do preâmbulo, e magnânima resolução enxerida do texto. Nunca pela via -diplomática ou em conversação particular com o enviado britânico, tinha feito o Regente a declaração que lhe atri– buíam. Pelo contrário afirmara sempre que só na der– radeira extremidade havia de abandonar o reino. Outros pontos ajustados em Londres encontraram igualmente ,objecção, e tudo foi rejeitado que implicava a mudança para o Brasil como decidida. «Mas - concluía o trecho .da instrução ao ministro - se acaso S. A. R. partir com toda a família fica tirada toda a dúvida» (1). A resposta no sentido acima foi expedida a 1 1 de (1) Observação à convenção de 22 de Outubro de 1807. Borges .de Castro, t. 4.º, p. 255.
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