AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

NO SIGNO DE METHUEN 445- Era- o meio brando de impedir que os navios de guerr:i. portugueses caíssem em poder de França; e o exemplo– da Dinamarca, com a capital bombardeada, amedrontava, o Regente. - «Trata-se de evitar que venham aqui os. ingleses, e nos façam o esmo que fizeram em Cope– nhague» -, escrevia ele ao seu secretário particular, o, brasileiro José Egídio Alvares de Almeida (1). Em Outubro os ingleses exigem se lhes entregue a ilha da Madeira·, em depósito, pelo tempo da guerra, e o ministro em Londres, D. Domingos de Sousa Cou– tinho, ·depois marquês do Funchal, negocia com Cunning· uma convenção secreta, estatuindo-se nela de certo modo, a obrigação de se transferir a corte para a colónia. O tra– tado, de que o pretexto era assegurar a integridade das. possessões portuguesas, abre pela declaração solene de– que o Príncipe Regente preferirá mudar_para o Brasil a sede e a fortuna da monarquia a ceder às iníquas pre– tensões da França contra os ingleses. A entrega da ilha, será feita quando o Príncipe já tenha passado, a caminho da América. Nobre resolução, magnânima resolução, se apelida o propósito no pr âmbulo e em um dos artigo5, do tratado. E desde logo se assenta que, transferida a monarquia, se procederá à negociação de outro, completo e novo, de aliança e comércio. Provisoriamente em artigo· adicional se convenciona abrir um porto na ilha de Santa– Catarina, ou qualquer outro ponto da costa, à navegação inglesa, se Portugal aceder aos desejos da França, e aderir efectivamente .ao bloqueio continental (2). . - . (1) Carta no arquivo da família do imperador D. Pedro II. Cit. Tobias Monteiro, p. 1 5. (2) Co~venção secreta de 28 de Outubro de 1807. Borges de Cas– tro, Col. dos tratados, t. 4.º.

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