AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

440 BPOCAS DE PORTUGAL ECONóMICO vilégio; . e, dispensando o crédito, evitavam imposições descabidas, a que tinham de submeter-se, como sabemos j os pequenos negociantes. ~ provável também o darem elas a preferência aos artefactos nacionais, o que não podiam fazer os antigos compradores, endividados _par~ co~_a feitoria, e privados por isso da- liberdade nas tran- ,., ~acçoes. A saída de Pombal do ministério, e a extinção das companhiàs, que se lhe seguiu, não alterou de modo sen– sível a situação comercial. A obra delas tinha sido, não há dúvida-, perniciosa ao intercâmbio mercantil, que lan– guecia. Os negociantes, esbulhados por elas do tráfico, aplicavam as atenções para outras partes. Po.sto que à exportação dos vinhos não tivesse diminuído, diminuíra o número das casa-s inglesas no Porto e em Lisboa, .desa– parecendo quase nos outros portos de mar. Em . r 785 restavam na Figueira três, duas em Viana, uma em Ca.:. minha, onde antes havia ma-is (1). Não obstante este sintoma de abatimento no coméc– cio local , o do Brasil tinha-se reanimado, de 1 780 elll diante. Despontara lá uma nova riqueza- utilizada p~t Inglaterra: o algodão. A primeira remessa ida de Lisboa; em 1767, fora no valor de 6 libras. A começar de ~ 7~6, as exportações variam de 1 50 a 2óo mil libras por ano (2). Com isso e a exportação de vinhos, a balançá do comércio com. a Grã-Bretanha inverte-se, tornando-se Portugal credor durante alg~ns anos. Em 1792 o câm– bio estava· a 72 ¾, dinheiros por 1 $00 réis, em lug:fr de 6 5, taxa normal em todo o -século XVIII, sendo ·o (1) Commercial relations, p. 286. Doe. do Board of trade. (2) Idem, p. 287 e 288.

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