AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

NO SIGNO DE METHUEN 439 do privilégio, a companhia havia de limitar-se ao comér– cio lícito, e cessava o de contrabando para Buenos Aires, de onde se extraía moeda de prata· em quantidade, que vinha a Lisboa e se remetia para Inglaterra. Mostravam mais, pelo exemplo do Pará-Maranhão, cujo tráfico de– ca-íra com a criação da companhia, que outro tanto era de esperar desta novamente projectada. Invocavam afinal 0 tratado de 1654, por cuja letra podiam os súbditos ingleses ir a todos os domínios de Portugal, residir neles e navegar para lá (1). · Certo que a faculdade de residência fora pelo tratado de 1661, por ocasião das núpcias de Carlos II, restringido para O Brasil a quatro famílias em cada terra, mas a da navegação persistia. Para de algum modo forçar à inter– venção diplomática, a comprida exposição foi divulgada em f~lheto, na capital inglesa. Actuou o governo britâ– nico, conforme o solicitavam? Fosse porque fosse, o pro– jecto, se o houve, não teve seguimento, e o comércio inglês continuou a desfrutar os proveitos do tráfico no Sul do Brasil, assim como aquele, igualmente rendoso, do contrabando para os domínios espanhóis. f'. fora de dúvida, todavia, que nos anos seguintes, rodo o tráfico para a América diminuiu, com a correspon– dente diminuição das importações de Inglaterra, e não erravam os nossos hóspedes em atribuir às companhias a parte do dano que lhes tocava. As do Grão-Pará e Pernambuco, tendo o exclusivo do comércio, ·eram sàzi– nhas a comprar as fazendas para os distritos do seu pri- (1) M emoriais of the british consul and factory, Col. pombalina, cód. 93·

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