AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
438 :tPOCAS DE PORTUGAL ECONóMICO gio, em I 7 79; indício de esperanças também malogra– das. Havendo recebido do tesouro régio, no segundo ano de existência, um empréstimo não inconsiderável, devia no fim mais de metade da soma, e os juros de muitos· anos (1). O governo apossou-se-lhe dos navios de que era proprietária, e p'Ô-los a navegar para a Ásia, sinal de que– não seria remunerador o primitivo tráfico. Os accionistas p·erderam ao que parece todo o capital (2). Repetia-se a história da primeira Companhia do Brasil, pelo lado comercial inútil à colónia; detestada lá pelos habitantes. e em Portugal pela gente de neg~cios, em razão dos mo– nopólios; e de que, divergindo nisso das congénera·s pom-· balinas, o Estado assumira a onerosa liquidação. Seria projecto de Pombal restringir o negócio dos. ingleses às importações in_pispensáveis e à e·xportação dos. vinhos, excluindo-os totalmente do ~ráfico d.o Brasil.. Acaso daí proveio o pensamento de cria•r mais uma com– panhia privilegiada para a Bahía e Rio de Janeiro. Desta arte lhes ficava a colónia• vedada. Dissuadiu-o talvez a dificuldade de reunir o cabedal preciso, como se tinha verificado com as do Alto Douro, Grão-Pará e Pernam– buco. Como quer que fosse espalhou-se a nova entre os: ingleses da feitoria e produziu alarme. Na representação que por esse motivo dirigiram ao embaixador lord, ~in– noul, insinuavam não se dever consentir aos negociantes: portugueses o subscrevere~ para a companhia antes de– solvi~os os débitos para- com eles. Alegavam que, na posse- (1) Empréstimo aútorizado: Rs. 240:000$000 (Decreto de 23 de Julho de 1761), de que recebeu Rs. 223 :200$000. Devia em 31 de· M a_rço de 1777 do capital Rs. 123:200$00, e dos juros .Rs. 78 :267$664- Colecçáo de leis da dívida pública, p. 395. (2) Ratton, Recordações, p. 240.
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