AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
432 f POCAS DE PORTUGAL ECONOMICO Pôr termo a esta forçada vassalagem da nação ao comércio brit&nico, representado na feitoria , foi o pen– samento · dominante de Sebastião José de Carvalho, na sua política económica. Às indústrias existentes deu im– pulso, e outras novas foram por suas diligências introdu– zidas no país À dos lanifícios protegeu, impondo-lhe novo regulamento, em que vingava a: doutrina medievai de assegurar ao consumidor o produto são, ao fabricante o razoável ganho. Assim, recomendou a observância rigo– rosa dos artigos que eliminavam ás fraudes; encarregou a um magistrado privativo, juiz conservador, o julga-· menta das infracções, e o dos lirígios derivados do exer-· cício da indústria; fixou os preços da matéria~prima, e dos tecidos para os fornecimentos do exército (1). A outras manufacturas favoreceu com privilégios,. empréstimos, concessões várias. No tempo da sua admi– nistração se desenvolveu a indústria da:s sedas, se recons– tituiu a dos vidr~s, se fundou a primeira refinação de açúcar em Portugal. Se nem todas conseguiram existência: desafogada, a dos panos não deixou de incomodar os. ingleses. Em r 766 inform ava o embaixador de França: queixarem-se eles de que os panos nacionais já chegavam par;t o consumo do país, e se vendiam por menor preço, que os de procedência britânica (2). Também em Lon– dres se imputava às nossas fábricas a decadência do comér– cio com Portugal (3). Parece pois ter sido eficaz ' nesta parte o sistema , pelo menos enquanto puderam conser- \ (1) Alvará de II de Agosto de 1759. . (2) Santarém, Quadro elementar, t. 7. 0 , p. 246. (3) Presente estado da nação britânica, cit., Col. pombali111,. cód. 636.
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