AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
NO SIGNO DE METHUEN 431 ciente para o tráfego, tendo de restringir-se ao dos portos portugueses uns com os outros. Aí mesmo a marinha inglesa cooperava, e barcos pertencentes a súbditos britâ– nicos navegavam com bandeira portuguesa. Já assim era antes de r 654, quando o tratado assegurou aos a~·ma– dores ingleses o privilégio dos afretamentos. Se algum português se. afoi~va à experiência de man_dar a Ingla– terra um nav10, saia-lhe frustrada, porque a igualdade de tratamento que supunham os tratados não se aplicava à naveo-ação. O imposto de tonelagem exigido aos portu– gues~s montava ao trip~o do que pagava~ os ingleses. Para os vinhos conduzidos nas emba·rcaçoes daqueles, havia o acréscimo de quase I 5 por cento na pauta da alfândega (1) • A carga para a volta·faltava, o que não espanta, sendo os carregadores somente ingleses . E além disso, na união de interesses locais, toda a espécie de embaraços se levan– tava: dificuldades para carregar, recusa dos seguros, e até sucedia serem apedrejados no cais os estivadores quando ;am para bordo. Em,., se1:1elhantes condições o remédio proposto, da exportaçao e importação em navios nacionais, não pôde nunca efectuar-se. Ingleses da Inglaterra man– davam fazendas inglesas, por navios ingleses , aos ingleses •de Portugal; e de cá mandavam estes, nos mesmos navios, os vinhos que compravam e o oiro que recebiam. Na Grã– ....Bretanha se divertia, sempre por canal britânico, a cor– rente comercial. T ai era a situação e tal se conservou, enquanto à própria Grã-Bretanha aprouve. (1) Relatório ci~., ~oi. /omba!ina, cód. 687. Os direitos de tone– lagem para um navio mgles de 300 toneladas importavam em Lbs. 1 2 _ 1 8-6; sendo português em Lbs. 40-5-0.
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