AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
0 NO SIGNO DE METHUEN 427 da vida portuguesa, habilita-nos porventura a compreen– der certas tendências, ainda agora vivazes no carácter nacional. Dos artigos da pragmática importava aos ingleses o que não consentia as librés talhadas em pano estrangeiro. Com alguma razão invocavam contra ele o tratado de 1 ?º3· Mas era o último ano da vida de D. João V, e ficou em suspenso a reclamação. Nos conselhos de D. José: cedo prevaleceram as opiniões de Sebastião José de Car– valho, que, pertinaz por temperamento, saíra da embai-– xada de Londres cheio de prevenções contra os ingleses~ A prao-mática de D. José confirmou nesta parte a pre– cedent~. Com o ministro que assumia o poder todas as reclamações eram vãs. V Entretanto, e a despeito de se manifestarem perpe– tuamente queixosos, crescia o número dos ingleses com: · residência e casa de negócio no reino. Sinal de não lhes. serem insuportáveis os gravames que alegavam. Com a facilidade de ganharem a vida, o clima benigno era. arractivo que os chamava e prendia. Em 171 7 conta-· vam-se cerca de noventa casas de comércio inglesas so-· mente em Lisboa· (1). Número considerável, se aten– dermos a que formavam um agrupamento de interesses. solidários e, pode dizer-se, opostos aos da população 'nativa, inepta para a defesa. Um papel anónimo e sem data·, ao que parece infor- (1) Commercial relations, doe. do Board of trade.
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