AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
NO SIGNO DE METHUEN 425 a diferença tinha· sido quase o dobro: mais de 9 50 mil libras (1). Culpa do tratado de Methuen? Com mais razão se dirá que apesar dele. Sem o favor de que os vi– nhos portugueses experimentavam o benefício, e não s€ podendo pôr_cobr? às i:11p?rtações, in~i;f~nsáveis para suprir o Brasil, ma10r tena sido o deseqmlmno. Sem embargo destas vantagens, e de outras, que lhes derivavam da supremacia industrial, da cópia de capitais disponíveis, e_da superior habili_dade pa~a o negfci~, não cessavam os ingleses de se queixar da 111observ~mc1a dos tratados, da quebra de privilégios, e de obstáculos que lhes suscitavam ora as leis do país, ora abusos das auto– ridades, ora as próprias condições d_o negócio. Não nos importa considerar os frequentes desaguisados, por mo– tivo da liberdade de religião, a que tinham direito. Embaixadores e cônsules tinham constantemente de in– tervir com reclamações e protestos, e na Junta do comér– cio (Board of trade) em Londres acumulavam-se as repre– sentações. Nas mãos dos comerciantes da capital inglesa, que _supriam de ~~zenda_ a cré?i~o as praças do Brasil; já directamente, Jª por mtermed10 dos correspondentes em Lisboa e Porto, se concentrava o tráfico para a Amé– rica. M as sucedia que a parte mínima era deles, e do Estado português a maior. Entre uma remessa de fazen– das de Inglaterra para o Brasil e a chegada do retorno em dinheiro, decorriam ordinàriamente dois anos; e de ~ada roo libras -aplicadas ao ·negócio tinha o fisco absor– vido 64 em imposto.s diversos, 68 depois do · terremo- (1) Cf. o escrito: O p're~~~e _e~ ado da nação britânica particular– m ente a respeito do seu comercio, finanças, etc., no ano de 1768, em versão portuguesa no cód. 636 da Col. pombalina.
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