AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
424 ~POCAS· DE PORTUGAL ECONóMICO Em outro ·tempo tinham pretendido os ingleses que do seu comércio com Portugal não resultava saldo a favor deles; e alegavam não lhes ser possível, em razão. disso; extraírem oiro do país, como lhes imputavam. Acerca: disto publicaram um escrito em Lisboa, em 1729, onde mostravam a Grã-Bretanha em débito, para com Portu– gal, de quase 60 contos no fim do ano. Ao passo que, do comércio com a:s outras nações. resultava a favor delas o crédito de 2. 364 contos. Para pagar esta soma saía o oiro, e não para saldar contas com Inglaterra. O que, aliás, sendo verdade, não excluiria a· ida dele para lá, pelo asado do transporte, e por ser Londres .o .grande centro de negócios, onde as transacções dos países credores se compensavam. Certo é que constituía negócio importante da· chamada feitoria inglesa em Lisboa o dos câmbios (1).- Diferente conta mandava de Londres, dois anos de– pois, um português, presumivelmente negociante, ao que parece em resposta aos ingleses de Lisboa. Segundo o cálculo, que não estaria muito longe da verdade, haviá entre importações e exportações a diferença de 569 contos a favor da Grã-Bretanha. Nesta época ainda pouco ren– diam, relativamente, as ·minas do Brasil. No período ~eguinte, em que se obteve o máximo da produção, do tnesmo modo cresceram os consumos, na colónia e na ~etrópole, e haviam por isso de crescer as· importações; Nos anos de 1·765 a 66, o balanço das transacções mostra-nos Portugal devedor à Inglaterra de 1 .900 con- · ' tos por ano, em média, mais de 500 mil libras; cum– prindo ·notar que no biénio baixaram ·consideràvelmente as importaçõ~s, do que se lastirria_va:·a·feitoria. ·E:m 1 764 (1) . Veja-se a estatística no Apêndice, Comércio com Inglaterra, r.º. \
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